PALAVRAS
ORIENTADORAS
É
imperioso o trabalho de esclarecimento de almas, vencendo os apegos perigosos
que dificultam a marcha ascensional e ensinando a todos os homens que o fenômeno
da morte é o mesmo fenômeno da vida. Disso decorre o conceito de que cada um
leva a vida que leva.
O
caráter da evolução espiritual faz-se positivo na razão direta em que o homem
se desapega das coisas materiais, ensaiando os primeiros passos na senda da
liberdade. Os pertences terrenos são apenas empréstimos de Deus para temporária
permanência da alma no vaso carnal.
A
Doutrina Espírita é uma fortuna ao alcance de todos os ambiciosos dos tesouros
eternos, mas que raramente é aproveitada. Quando precisamos de orientação, nela
encontramos setas luminosas que indicam, como bússolas
eternas,
o caminho da nossa evolução. Muitos, entretanto, imprevidentes e insensatos,
demoram-se na Doutrina Espírita, atrás da miragem do fenômeno como objeto
essencial. Todavia, o fenômeno é apenas simples moldura na grande tela da
realidade, sendo secundário. Fundamental, é o fenômeno da nossa transformação,
vivendo a Mensagem Rediviva do Senhor, em todos os dias da existência.
Exercitar
o espírito na simplicidade é imperioso. Transferir para outras mãos aquilo que
está coagulado em nossas mãos é oferecer a outros o que está guardado por nós,
sem imediata utilização; fomentar a distribuição de utilidades entre os que
nada têm, dando vitalidade aos objetos mortos nos armários e gavetas do nosso
lar, representa o culto da simplicidade e da libertação. Por esse motivo, a
Doutrina Espírita é também chamada de libertação, porque, consolando, torna
livre o ser, ajudando-o a fazer a maior transformação: a interior, a que o
liberta de si mesmo.
Quando
nos apegamos às coisas e às criaturas, fazemos uma despesa de energia que
debilita os recursos de crescimento espiritual, mediante a concentração mental
no que constitui o motivo central do nosso querer. Enquanto a lição mais fácil
e mais bela da simplicidade é o desapego, a loucura mais profunda
que se pode ter na Terra é a paixão à carne, que vai desaparecer, quando
poderia essa concentração de afeto ser dirigida à alma que se eterniza.
Todos
quantos se ligam mentalmente à vida física, pela fixação mental, se intoxicam
espiritualmente, permanecendo presos aos centros em que concentraram suas
energias vitais.
Cabe-nos,
diariamente, o aprendizado da lição de Evangelho no que concerne ao serviço de
generalização do desapego, deixando de atender às nossas necessidades para
atender às necessidades alheias que, em última análise, são as nossas próprias
necessidades.
Somos,
portanto, obrigados a renovar para persistirmos na vida. Vida é renovação no
seu sentido mais amplo.
Não foi
por outra razão que o Sublime Pregador Itinerante da Galileia nos ensinou, recordando
o Decálogo, a “amar o Pai sobre todas as coisas e o próximo como a nós mesmos”,
generalizando a dedicação entre as criaturas, sem a preferência perniciosa do
individualismo, sem a escolha através dos laços de sangue e família.
Fonte:
Livro Além da Morte – Divaldo Pereira Franco/Otília – Capítulo 8 –
Hospitalizada. (Trecho).
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