quarta-feira, 25 de abril de 2018

DIVALDO PEREIRA FRANCO / OTÍLIA - PALAVRAS ORIENTADORAS


PALAVRAS ORIENTADORAS


 
É imperioso o trabalho de esclarecimento de almas, vencendo os apegos perigosos que dificultam a marcha ascensional e ensinando a todos os homens que o fenômeno da morte é o mesmo fenômeno da vida. Disso decorre o conceito de que cada um leva a vida que leva.

O caráter da evolução espiritual faz-se positivo na razão direta em que o homem se desapega das coisas materiais, ensaiando os primeiros passos na senda da liberdade. Os pertences terrenos são apenas empréstimos de Deus para temporária permanência da alma no vaso carnal.

A Doutrina Espírita é uma fortuna ao alcance de todos os ambiciosos dos tesouros eternos, mas que raramente é aproveitada. Quando precisamos de orientação, nela encontramos setas luminosas que indicam, como bússolas
eternas, o caminho da nossa evolução. Muitos, entretanto, imprevidentes e insensatos, demoram-se na Doutrina Espírita, atrás da miragem do fenômeno como objeto essencial. Todavia, o fenômeno é apenas simples moldura na grande tela da realidade, sendo secundário. Fundamental, é o fenômeno da nossa transformação, vivendo a Mensagem Rediviva do Senhor, em todos os dias da existência.

Exercitar o espírito na simplicidade é imperioso. Transferir para outras mãos aquilo que está coagulado em nossas mãos é oferecer a outros o que está guardado por nós, sem imediata utilização; fomentar a distribuição de utilidades entre os que nada têm, dando vitalidade aos objetos mortos nos armários e gavetas do nosso lar, representa o culto da simplicidade e da libertação. Por esse motivo, a Doutrina Espírita é também chamada de libertação, porque, consolando, torna livre o ser, ajudando-o a fazer a maior transformação: a interior, a que o liberta de si mesmo.

Quando nos apegamos às coisas e às criaturas, fazemos uma despesa de energia que debilita os recursos de crescimento espiritual, mediante a concentração mental no que constitui o motivo central do nosso querer. Enquanto a lição mais fácil e mais bela da simplicidade é o desapego, a loucura mais profunda que se pode ter na Terra é a paixão à carne, que vai desaparecer, quando poderia essa concentração de afeto ser dirigida à alma que se eterniza.

Todos quantos se ligam mentalmente à vida física, pela fixação mental, se intoxicam espiritualmente, permanecendo presos aos centros em que concentraram suas energias vitais.

Cabe-nos, diariamente, o aprendizado da lição de Evangelho no que concerne ao serviço de generalização do desapego, deixando de atender às nossas necessidades para atender às necessidades alheias que, em última análise, são as nossas próprias necessidades.

Somos, portanto, obrigados a renovar para persistirmos na vida. Vida é renovação no seu sentido mais amplo.

Não foi por outra razão que o Sublime Pregador Itinerante da Galileia nos ensinou, recordando o Decálogo, a “amar o Pai sobre todas as coisas e o próximo como a nós mesmos”, generalizando a dedicação entre as criaturas, sem a preferência perniciosa do individualismo, sem a escolha através dos laços de sangue e família.


Fonte: Livro Além da Morte – Divaldo Pereira Franco/Otília – Capítulo 8 – Hospitalizada. (Trecho).

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