sexta-feira, 29 de maio de 2015

LÍVIO ROCHA BARBOSA / BEZERRA DE MENEZES - O PEDIDO


O PEDIDO
                                                     
                                   
Acabava a humilde caravana o serviço da noite. Era dia vinte e quatro de dezembro.

Havia-se distribuído bênçãos e messes por toda parte.

As famílias celebravam o Natal com a mesa farta.
Nosso Espírito sentiu de longe o chamado de uma alma. Descemos as camadas mais densas e com cuidado verificamos que o pedido partia de uma criança.

Deitada de barriga para baixo procurava enganar a fome, levando a boca um pedaço de pano umedecido em líquido que logo identificamos tratar-se de groselha. Com certeza a criança havia encontrado na rua, e guardara no bolso da calça rasgada para alimentar-se à noite.

O barraco humilde era o reflexo das condições paupérrimas da família que se restringia a mãe e filho.

Em sua prece, ele assim se explanava:

- Senhor! Jesus, nada tenho para repartir. Senão um paninho de groselha.

Mas hoje, pude fazer algo pelo Pedrinho, que precisou de um amigo para segurar a sua mão, quando se acidentou. Enquanto corria das autoridades, porque havia pegado um pedaço de pão a fim de alimentar seus cinco irmãos.

Minha mãe está doente, eu te peço Jesus, que a cure porque posso ficar sem nada, para beber ou comer, eu não quero roupa nova, ou qualquer brinquedo.
Eu quero é a saúde da mãezinha!

Nada peço para mim, que seja esse o presente para meu coraçãozinho sofrido.

Ajoelhei-me ao lado daquela criança, abracei-a lembrando dos meus próprios filhos, que um dia Deus, concedeu a minh'alma, e procurei ser fonte para o Cristo.

A mãezinha que ardia em febre sentiu a alma renovada.

Jesus havia visitado aquele casebre de zinco no morro do esqueleto.

Pela primeira vez em meus quarenta decênios de desencarnado, eu havia dado de mim na noite de Natal, e recebido o mais belo presente.


BEZERRA DE MENEZES


(Mensagem recebida pelo médium Lívio Rocha Barbosa na reunião pública de psicografia do Grupo da Prece - Rio de janeiro, RJ, na tarde de 7 de dezembro de 2010).

quinta-feira, 28 de maio de 2015

JOHANN HEINRICH PESTALOZZI - A BOA EDUCAÇÃO / PALAVRAS EDUCATIVAS


JOHANN HEINRICH PESTALOZZI - Notável pedagogo suíço, professor de Kardec – 1746-1827. 

A BOA EDUCAÇÃO


Minha convicção e meu objetivo eram um só. Na verdade, eu pretendia provar, com minha experiência, que as vantagens da educação familiar devem ser reproduzidas pela educação pública e que a segunda só tem valor para a humanidade se imitar a primeira. Aos meus olhos, ensino escolar que não abranja todo o espírito, como exige a educação do homem, e que não seja construído sobre a totalidade viva das relações familiares conduz apenas a um método artificial de encolhimento de nossa espécie.

Toda a boa educação exige que o olho materno acompanhe, dentro do lar, a cada dia, a cada hora, toda a mudança no estado de alma de seu filho, lendo-o com segurança nos seus olhos, na sua boca, na sua fronte. E exige essencialmente que a força do educador seja pura força paterna, animada pela presença, em toda a extensão, das circunstâncias familiares.

Sobre isso eu construí. Que o meu coração estava preso às crianças, que a sua felicidade era a minha felicidade, a sua alegria a minha alegria - elas deviam ler isso na minha fronte, perceber isso nos meus lábios, desde manhã cedinho até tarde da noite, a cada instante do dia. O homem quer o Bem com tanto gosto, a criança tem tanto prazer em abrir os ouvidos para o Bem! Mas ela não o quer por ti, professor, ela não o quer por ti, educador, ela o quer por si mesma. O Bem, para o qual deves conduzi-la, não deve ter nenhuma relação com os teus caprichos e com as tuas paixões.

É preciso que a natureza da coisa seja boa em si e pareça boa aos olhos da criança. Ela precisa sentir a necessidade da tua vontade, conforme sua situação e suas carências, antes que ela queira a mesma coisa. Ela quer tudo o que a torna amável, tudo o que lhe traz reconhecimento, tudo o que excita nela grandes expectativas, tudo o que nela gera energia, que a faça dizer: "Eu sei fazer". Mas toda essa vontade não é produzida por palavras, e sim pelos cuidados que cercam a criança e pelos sentimentos e forças gerados por esses cuidados. As palavras não produzem a coisa em si, mas apenas o seu significado, a sua consciência.

Fonte: (Trecho da "Carta de Stans", descrevendo o trabalho realizado no orfanato, em 1799). Texto traduzido pelo IBEM - Instituto Brasileiro de Educação Moral.
Site: http://dij.ceak.ch/textos_e_artigos/a_boa_educaçao/


PALAVRAS EDUCATIVAS


A vida educa. Mas a vida que educa não é uma questão de palavras, e sim de ação. É atividade.

As faculdades do homem têm de ser desenvolvidas de tal forma que nenhuma delas predomine sobre as outras.

A natureza melhor da criança deve ser encorajada o mais cedo possível a combater a força prepotente do instinto animal.

O homem deve procurar o que é correto, e deixar que a felicidade venha por conta própria.

Sem Deus e sem piedade, o homem não é homem é bárbaro.

O homem verdadeiramente feliz é aquele que se encontra inocente de toda a fraude, que não tem de acusar-se da miséria dos seus semelhantes, que nunca humilhou o seu próximo com uma só palavra dura nem com um só olhar altivo.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

JOÃO NUNES MAIA / MIRAMEZ - AMOR À DISTÂNCIA

AMOR À DISTÂNCIA
  
O amor é a maior virtude. Ele se manifesta por vários métodos, veste roupas inimagináveis, pelo fato de ser amor e se dividir em todas s direçôes para ser útil a todas as criaturas.

Ele é qual as ondas hertzianas, que vibram como microondas médias e longas.

Ele ainda é muito mais, porquanto invade todas as frequências e auxilia em todas as distâncias, da mínima à máxima, levando a mensagem de esperança, de alegria, de caridade e da existência de Deus.

João Evangelista afirma que Deus é amor. Na verdade, vos dizemos que o Senhor é muito mais que o amor, por ser esta lei feita por Ele, conquanto seja a virtude que coroa os anjos, que aureola os santos e que liberta os místicos. Ela é a maior dentre as grandes no reino evangélico.

Amar é algo divino, que pode acontecer na Terra. Podemos sentir o amor da força eletrostática na grande mecânica do Universo, na harmonia das coisas em se reunirem por afinidade, até os grupos de almas puras, que se congregam por amor.

Aqui, vamos falar mais acentuadamente do amor à distância, espíritos que se simpatizam e que determinada distância separa. Todavia, para a permuta de energias divinas, não há barreiras. As sequências de forças se cruzam na mais alta vitalidade. Desde quando se ama verdadeiramente, o poder de transmitir os sentimentos através de vibrações é faculdade inerente a todos os seres que atingiram a razão. O pensamento é veículo poderoso, cujo poder, pelo amor, ultrapassa e muitos casos a ciência e a filosofia, colocando os dois que se gostam frente a frente, em qualquer distância cósmica. E ainda mais: as almas, atingindo certo grau de conhecimento, poderão ver-se mutuamente, desabrochando o dom maior do coração - Amor com A maiúsculo. É o amor que confia, que alegra, que não se apega em demasia, que não entristece, que trabalha, que fraterniza.

Já dissemos que existem muitos tipos de amor no mundo, dos quais o mais frequente é o amor associado ao ciúme, é o amor paralelo ao egoísmo. É esse o amor que não confia, enlouquecedor. Trabalhemos para que esse estado de alma se modifique.

Amar é ato sagrado, principalmente entre as criaturas que já atingiram ponto elevado do ambiente da felicidade. Quando o amor não duvida, ele cura, alegra, conforta, faz todas as virtudes brilharem por todos os roteiros, permanentemente.

Se porventura a vida separou alguém de vós, por motivo que desconheceis, não vos entristeçais. Deus é muito mais sábio do que julgais. E se amais verdadeiramente esse alguém, ele está em vosso coração, pois os recursos para tal podeis desenvolver, e as distâncias não existirão mais. Se por acaso sofreis a estranha doença da melancolia, com saudades profundas de alguém que não conheceis no presente, não desdenheis a vida por esse fato. Essa alma existe em algum lugar e também sofre, com certeza, as mesmas consequências. Sede inteligente: apurai os sentimentos, desdobrai a tolerância e aumentai a fé na bondade de Deus, que o encontro há de se dar por sintonia, pois na matemática divina, a equação é... amor.
  

MIRAMEZ
  
Médium: João Nunes Maia
Fonte: Livro: Horizontes da Mente - João Nunes Maia/Miramez