MEDIUNIDADE E LUZ
Irmãos, quantas
dissertações espíritas temos testemunhado na terra em incontáveis compêndios
literários, tão belos, quanto autênticos, retratando a mediunidade e
enaltecendo-a como abençoada ensancha de iluminação espiritual.
Não nos esqueçamos
que o preclaro Codificador já apontara aos médiuns a azinhaga segura para encetarem
passos cada vez mais firmes, por meio do aprendizado das verdades superiores
reveladas pelos espíritos, com vistas à educação da alma. O mesmo nos foi
concedido há dois mil anos, por Jesus Cristo no seu Evangelho, degrau superior
e seguro, sustentando e proclamando uma nova vida, sobre o qual as disciplinas
mediúnicas devem se desenvolver.
O medianeiro
espírita deve entronizar as sublimes diretrizes evangélico-doutrinárias,
incorporando-as em definitivo ao seu labor!
Iniciativa que se
tornará impostergável àquele que retorna ao tentame físico investido da
disciplinadora incumbência.
O medianeiro
comprometido e devotado, jamais descurar-se-á do conhecimento espírita e da
vivência do amor preconizado pelo Cristo, que nunca devem se dissociar, tendo
em vista os remanescentes resquícios das sombras ancestrais, comum a todas as
almas humanas.
Desse modo,
espíritos superiores vincular-lhes-ão, em associação benéfica, atendendo pelo
imperativo da sintonia, os padrões superiores do intercâmbio!
Canta-se, em prosa e
verso, que a flor é médium do perfume!
Que o sol é médium
da luz!
Que tudo e todos na
vida operam atendendo à nobre solicitação de Deus, na intermediação do Amor: a
maternidade propicia a perpetuação da existência física; o mestre faculta o
saber aos seus pupilos; o irmão, que socorre outro irmão, age correspondendo a
propósitos divinos, conforme registra o Evangelho Segundo o Espiritismo – “...porque
o homem tem que herdar do homem e porque coletivos são os trabalhos humanos:
Deus abençoa a solidariedade.” *1
O servidor que opera
na conservação da limpeza pública;
O agricultor que
lavra o solo, planta e colhe a semente;
A servidora anônima
do lar, que prepara e leva o alimento às mesas, contribuindo na manutenção do
equilíbrio doméstico;
Os profissionais nas
várias vertentes da ciência acadêmica estão a atuar, sem que o saibam, acatando
aos impositivos da caridade fraternal; na enfermagem e nas terapias, na
medicina que balsamisa, corrigindo anomalias, curando e lenindo, até mesmo, os
enfermos terminais proporcionando-lhes o lenitivo...
Todos são médiuns de
Deus, a favor do bem de todos!
No entanto, quão
poucos têm, ao mesmo tempo, reconhecido e proclamado que a dor é medianeira do
aprendizado...
O sofrimento é
médium da depuração...
O decesso do corpo
físico é intermédio de despertamento para a vida plena...
A extinção de um
ente muito amado intercede, não raras vezes, pelo acordar dos bens espirituais
em muitas almas.
A perda de recursos
monetários ou de bens materiais é meio e oportunidade de se instaurar na
própria alma recursos da abnegação, da renúncia do desapego.
A solidão, vivenciada
sem revolta, é ponte de ensinamento superior na valorização interior e de todos
os seres.
As quedas morais
estão a intermediar, com o resultante da decepção e da dor, o anseio por valores
ético-morais e espirituais diferentes, que principiarão a ser buscado e
cultuados.
Muitos estudiosos
sinceros da mediunidade, com louvor, têm valorizado o aprendizado espiritista e
anotado que ser médium é ser ligação sublime entre dois pontos de vida; no caso
em questão – o visível e o invisível. Contudo, exíguos, nos vastos campos do
aprendizado mediúnico, têm se conscientizado que o meio mais eficaz e elevado
de fazê-lo é tornando-se, perpetuamente, extensões divinas, unindo:
A caridade -; à dor
e a miséria que têm lugar comum...
O esclarecimento
evangélico -; ao ódio e ao rancor; à ira e ao ciúme...
A esperança -; ao
desespero, ao suicídio e à loucura...
O puro júbilo,
contido na mensagem evangélica de Jesus -; à tristeza e a depressão...
O amor, Luz divina a
alentar e a direcionar vidas, que conforta e instrui -; às trevas espirituais
que assolam tantas existências!
Numa “mesa” de
trabalhos mediúnicos, no recôndito de uma Instituição Espírita ou na vida
diária, social, profissional e familiar, os seres são convocados ao majestoso
mediunato de servir com Jesus, o Mestre incomparável.
O intuito do mais
Alto, para cada um e para todos, em qualquer situação ou lugar,
consubstancia-se no apelo a tornarem-se -; médiuns da Luz.
YVONNE DO AMARAL
PEREIRA
Médium: Helaine
Coutinho Sabbadini
Fonte: Livro:
Cartilha Evangélica – Helaine Coutinho Sabbadini/Espíritos Diversos.
* 1 – ESE – Cap. XX,
Os Trabalhadores da Última Hora.