ALMA AMIGA:
Alma amiga e boa
Nesta hora que se apregoa
A alegria da amizade
Aqui estamos em prece
No amor que nos aquece
A real fraternidade.
Quanta bênção se irradia
Na pureza da alegria
De nossa singela união.
Nada de pompa e circunstância
Mas a naturalidade da infância
Nos apelos do coração.
Somos irmãos do caminho
Tecido em áureo arminho
Cercado por campos de flores.
Não nos detém o sofrimento
O suor, a luta e o tormento
Das cruzes de nossas dores.
Temos a fé por constância
Aplacando a nossa ânsia
Para a vida plena de paz.
Qual tocha viva de luz
Que ao roteiro certo conduz
Clareando amor pertinaz.
Amizade que é verdadeira
Somente é aquela certeira
Sem rusgas e dissensão.
Neste caminho sem atalho
Todos temos muito trabalho
Na escola da compreensão.
Filigranas de muita beleza
Envolveu-nos na certeza
Da bênção eterna de Deus.
Somos filhos do Pai Divino
Aprendendo com o Mestre Peregrino
Os ensinamentos Seus.
A simplicidade é nossa guia
Belo tom de harmonia
Que nos afina no mundo
Tocando a nota sublime
Que nesta terra se exprime
No amor mais profundo.
De Chico tivemos o exemplo
Mostrando que o mais alto templo
Erige-se no coração.
Sigamos o tarefeiro
Missionário verdadeiro
De nossa redenção.
Veio ele em nome do Cristo
Carregando o amor entrevisto
Por tesouro da própria alma.
Operou simples e austero
Agiu no ideal sincero
De paz, união e calma.
Fez-se o menor de todos
Suportou muitos apodos
Pedrada e desilusão.
Respondeu com silêncio e prece
No cadinho que engrandece
A mais pura devoção.
Com isso, amando e servindo,
Foi aos poucos construindo
Trilhas num chão de estrelas,
E mesmo querendo apagar-se
Não deixou de iluminar-se
No afã de estendê-las.
A sombra que nos encobre
O espírito rude e pobre
Foi esquecida pelo nobre servidor.
Chamou-nos com candidez
A amparar a viuvez
Espalhando paz e amor.
Lembrou-nos a indefesa criança
Necessitada de esperança
Assim como a idade tardia.
Aos nus ofertou agasalho,
À miséria, trabalho,
Ao desespero, harmonia.
Bateu de porta em porta
Levantando a esperança quase morta
Dos filhos do Calvário.
Como a dizer-nos, simplesmente,
Para toda a alma crente,
Que a caridade é corolário.
Fez amigos em toda parte
Com o pão que se reparte
Na bênção que vem do livro -
Esclarecimento e consolo
Afastando o egoísmo tolo
Com a bondade e seu crivo.
E nessas tramas iluminadas
Soam novas clarinadas
Ao coração de todo o povo.
E toda a gente reclama
A continuidade dessa chama
Que se acenda de novo.
E, da celeste morada,
Sopra a nova baforada
De paz e renovação.
Do alto dos céus infinitos
Desce a consolação aos aflitos
Por nossa escola e lição.
E o povo brada que quer
Para sempre com ele e Jesus
A presença da terna luz
Do cândido Chico Xavier.
Espírito: Maria Dolores
(Poema psicografado em reunião pública no Centro Espírita Luz, Amor e Caridade - Belo Horizonte, na noite de 21 de abril de 2008, pelo médium Geraldo Lemos Neto)