quinta-feira, 29 de outubro de 2015

MARTINS PERALVA - REENCARNAÇÃO E ESPIRITISMO



REENCARNAÇÃO E ESPIRITISMO


Necessário vos é nascer de novo


Não foram os espíritas que inventaram a Reencarnação — palavra que grafamos com inicial maiúscula, em homenagem de nossa Alma agradecida à lei sábia e misericordiosa que projetou luz sobre o até então incompreendido problema do Ser, do Destino e da Dor.

O ensino reencarnacionista vem de muito longe, de povos antigos e remotíssimas doutrinas.

Ao Espiritismo couberam, apenas, a honra e a glória de estudá-lo, sistematizando-o, para convertê-lo, afinal, num dos principais, senão no principal fundamento de sua granítica estrutura doutrinária.

Grandes vultos do passado, no campo da Religião, da Filosofia e da Ciência, aceitaram e difundiram a Reencarnação.

Orígenes (nascido em 185 e falecido em 254), considerado por São Jerônimo como a maior autoridade da Igreja de Roma, afirma, no livro “Dos Princípios”, em abono da tese básica do Espiritismo: “As causas das variedades de condições humanas são devidas às existências anteriores.

São, ainda, do eminente e consagrado teólogo as seguintes palavras: “A maneira por que cada um de nós põe os pés na Terra, quando aqui aportamos, é a consequência fatal de como agiu anteriormente no Universo.”

Ainda de Orígines: “Elevando-se pouco a pouco, os Espíritos chegaram a este mundo e à ciência dele. Daí subirão a melhor mundo e chegarão a um estado tal que nada mais terão de ajuntar.”

Krishna, no Bhagavad-Gita (o Evangelho da Índia), predica, com absoluta e inegável clareza: “Eu e vós tivemos vários nascimentos. Os meus, só são conhecidos de mim; vós não conheceis os vossos.”

Os Vedas, milhares de anos antes de Jesus-Cristo, difundiam, largamente, a idéia reencarnacionista.

Buda aceitava e pregava a Reencarnação.

Os sacerdotes egípcios ensinavam que “as almas inferiores e más ficam presas à Terra por múltiplos renascimentos, e que as almas virtuosas sobem, voando para as esferas superiores, onde recobram a vista das coisas divinas”.

Na Grécia, berço admirável de legítimos condores do Pensamento e da Cultura, encontramos Sócrates, Platão e Pitágoras como fervorosos paladinos das vidas sucessivas.

Sócrates ensinava que “as almas, depois de haverem estado no Hades o tempo necessário, são reconduzidas a esta vida em múltiplos e longos períodos”.

O ensino pitagórico era, como é notório, essencialmente reencarnacionista, dele advindo, por falsa interpretação de mentes pouco evoluídas, a errônea teoria da metempsicose.

Entre os romanos, Virgílio e Ovídio disseminavam os princípios reencarnacionistas.

Ovídio chegava a dizer: “quando minha alma for pura, irá habitar os astros que povoam o firmamento”, admitindo, assim, semelhantemente aos espíritas, a sucessividade das vidas em outros planetas.

São Jerônimo afirmava, por sua vez, “que a transmigração das almas fazia parte dos ensinos revelados a um certo número de iniciados”.

Deixemos, contudo, esses consagrados vultos, cuja opinião, embora respeitável e acatada, empalidece ante a opinião da figura máxima da Humanidade — Nosso Senhor Jesus-Cristo.
O Sublime Embaixador pregou a Reencarnação. Algumas vezes, de forma velada; outras, com objetividade e clareza.

Falando a respeito de Elias, o profeta falecido alguns séculos antes, diz o Mestre: — “Elias já veio e não o conhecestes”, compreendendo então os discípulos que se referia a João Batista (Elias reencarnado).

No famoso diálogo com Nicodemos, afirma que ninguém alcançará o Reino de Deus “se não nascer de novo.

Nascer da água e do Espírito — o que completa a intenção, o pensamento reencarnacionista de Jesus.

Em outra oportunidade, externando por meio de simples alegoria sobre a Lei de Causa e Efeito — ou Carma —, sentencia: — “Ninguém sairá da Terra sem que pague até o último ceitil”, isto é: até a completa remissão das faltas.

Como Se vê, o Espiritismo não criou, não inventou a Reencarnação.

Aceitando-a como herança de eminentes filósofos e de respeitáveis doutrinas, de Jesus e de Seus discípulos, e confirmada, a seu tempo, pelos Espíritos do Senhor, o Espiritismo promoveu o seu estudo, a sua difusão, a sua exegese.

Ela é, contudo, antiqüíssima, conhecida e professada antes do Cristo, na época do Cristo e em nossos dias.

Há mais de um século o Espiritismo apresenta-a por único meio de crermos num Pai Justo e Bom, que dá a cada um “segundo as suas obras” e como elemento explicativo da promessa de Jesus, de que “nenhuma de suas ovelhas se perderia”.

A Reencarnação é a chave, a fórmula filosófica que explica, sem fugir ao bom-senso nem à lógica, as conhecidas desigualdades humanas — sociais, econômicas, raciais, físicas, morais e intelectuais.

Sem o esclarecimento palingenésico, tais diversidades deixariam um doloroso “ponto de interrogação” em nossa consciência, no que diz respeito à Justiça Divina.

Sem as suas claridades, seria a Justiça de Deus bem inferior à dos homens.

Teríamos um Deus parcial, injusto, caprichoso, cruel, impiedoso mesmo.

Um Deus que beneficiaria a uns e infelicitaria à maioria.

Com a Reencarnação, temos Justiça Incorruptível, eqüânime, refletindo a ilimitada Bondade do Criador.

Um Deus que perdoa sem tirar ao culpado a glória da remissão de seus próprios erros.

Um Deus que perdoa, concedendo ao culpado tantas oportunidades quantas ele necessite para reparar os males que praticou.

Com a Palingenesia, temos um Deus que se apresenta, no Altar de nossa consciência e no Templo do nosso coração, como Pai Misericordioso e Justo, um Pai carinhoso e Magnânimo, que oferece a todos os Seus filhos os mesmos ensejos de redenção, através das vidas sucessivas — neste e noutros mundos, mundos que são as “outras moradas” a que se refere Jesus no Evangelho.

Tantas vidas quantas forem necessárias, porque o essencial e o justo é que “nenhuma das ovelhas se perca”...



MARTINS PERALVA



Fonte: Livro: Estudando o Evangelho – Martins Peralva

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

EULÁLIA BUENO / MARIA DO ROSÁRIO DEL PILAR - NA CONVIVÊNCIA DA MEDIUNIDADE



NA CONVIVÊNCIA DA MEDIUNIDADE



A mediunidade tem oferecido provas incontestáveis da sobrevivência da alma.

Tem demonstrado que não há interrupções da vida, mas apenas mudança de vestimenta.

O Espírito desveste-se do corpo físico para adaptar-se ao mundo novo revestido de maneira adequada às condições criadas pela própria conduta em cada instante da caminhada.

Se és dos que te beneficiaste pelo contato com os entes queridos através da dedicação de um médium atenta para a mensagem que foi enviada e não desperdices as orientações recebidas, transferindo-as o quanto possas para o teu dia a dia.

Não tornes a mensagem adquirida em forro de gaveta, relegado ao esquecimento. Ela representa, na realidade, a bênção da espiritualidade a oferecer a oportunidade de fazeres com que a vida se torne infinitamente melhor.

Ela também tem a condição de alterar os valores de forma a te libertar de dependências que escravizam o espírito dando uma visão distorcida da felicidade.

Se é és médium e vivencias a experiência ímpar, não podes postergar mudanças de conduta que se fazem urgentes pois sabes das agonias que sobrecarregam outras almas que muitas vezes insistiram em seguir adiante no mesmo caminho em que podes te deter agora.

O exercício da mediunidade representa a grande bênção a coroar a existência do ser reencarnado para que perceba o vínculo indestrutível entre os que partiram e os que permanecem revestidos pelo corpo físico, muitas vezes transitando pelo vale da dor, para que não se permitam consumir pela revolta, pelo desespero ou desânimo, pois através da bênção da mediunidade descem à Terra as luzes do céu, como sublime intervenção a demonstrar a certeza da imortalidade da alma, mas acima de tudo da incomparável presença de Jesus sempre junto a ti.


MARIA DO ROSÁRIO DEL PILAR


Médium: Eulália Bueno

Fonte: Livro: A Conquista da Felicidade – Eulália Bueno – Espírito: Maria do Rosário Del Pilar – Editora EME.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

ANTONIO BADUY FILHO / VALÉRIUM - LUZ DIVINA



LUZ DIVINA



Em plena noite, na estrada distante e isolada, o carro parou de funcionar e, apesar de todo o esforço do motorista, nada se pôde fazer.

Eram necessárias algumas providências, mas estava tudo escuro em volta e a estrada sumira totalmente na treva que fazia do matagal, ao lado, um monstro ameaçador.

Silêncio angustiante.

Ambiente estranho.

Ruídos eventuais.

Clima aterrorizante.

Ausência de lanterna.

Após espera, que parecia interminável, o horizonte começou a clarear, e logo a luz do sol inundou toda a região, enquanto os pássaros cantavam alegremente.

A estrada apareceu novamente em grande extensão, o matagal, antes ameaçador, transformou-se no conjunto, de árvores frondosas, balançando ao carinho da brisa.

O defeito do carro foi reparado, e o motorista seguiu viagem, satisfeito. Tudo mudara com a presença da luz.

♥♥♥

Assim somos nós, antes e depois do Evangelho.

Longe dos ensinamentos de Jesus, estamos imersos na escuridão dos enganos. Contudo, à medida que assimilamos as lições do Senhor, a claridade do bem dilui a treva de nossas imperfeições e a luz divina transforma nossas vidas em cânticos de esperança e amor.


VALÉRIUM


Médium: Antônio Baduy Filho

Fonte: Livro: Novas Histórias – Antônio Baduy Filho pelos Espíritos Hilário Silva e Valérium - IDE.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

UMBERTO FERREIRA - SOCORRO ESPIRITUAL E ESTUDO



SOCORRO ESPIRITUAL E ESTUDO


Um dos grandes benefícios que os Centros Espíritas prestam à coletividade é o socorro quando alguém se vê às voltas com problemas de natureza espiritual. Sem dúvida, é trabalho nobre e está plenamente de acordo com as finalidades do Consolador.

Os grupos que realizam essas tarefas merecem todo o incentivo, porquanto não se concebe Espiritismo sem amor, e o socorro espiritual é um tipo de caridade que não pode ser negligenciado.

É importante que os Centros Espíritas preparem equipes para desempenhar essas tarefas da melhor forma possível.

Talvez por reconhecerem a importância do tratamento espiritual, muitos Centros passam a realizar somente esse tipo de trabalho e os seus dirigentes se mostram bastante contentes por terem a casa sempre cheia. Não podemos esquecer, todavia, que os que recorrem ao socorro espiritual quase sempre estão interessados apenas na cura. Raros estão dispostos a se modificarem moralmente. E sabemos que a causa de todos os males da Humanidade está na imperfeição moral. Não há cura definitiva sem a reforma íntima.

Promover essa reforma é a grande missão do Espiritismo. Isso não se consegue apenas com as reuniões de tratamento espiritual. São indispensáveis as de estudo metódico da Doutrina. Sem essas, podemos conseguir o alívio de grande número de sofredores, mas não estaremos dando ao homem condições de entender a Lei de Deus em espírito e verdade para poder praticá-la.

Segundo Emmanuel (“Roteiro”, F. C. Xavier, Ed. FEB), o Espiritismo é “chave de luz para os ensinamentos do Cristo” e “será, pois, indiscutivelmente, a força do Cristianismo em ação para reerguer a alma humana e sublimar a vida.”

Não basta, portanto, curar os enfermos, libertar os obsidiados e deixá-los sem o conhecimento da Verdade que liberta do ciclo de erros e resgates.

O ideal é que o Centro Espírita acolha o sofredor, trabalhe pelo seu alívio e, depois lhe ofereça condições de estudar e praticar a Lei de Deus, que está no Evangelho e nos ensinamentos dos Espíritos.
O trabalho da cura é importante, mas a reforma íntima das criaturas é a principal tarefa do Espiritismo.


UMBERTO FERREIRA


Fonte: Reformador – janeiro, 1984.