sexta-feira, 30 de setembro de 2011

SHYRLENE SOARES CAMPOS / CECÍLIA MEIRELES - O QUE É O AMOR?



O QUE É O AMOR?  
 
Perguntaram certa vez para um poeta, o que é o amor?
Ele falou:
- “Amor é o olhar doce da mulher que eu amo. É o sorriso aberto e franco. São as mãos que chegam para acariciar, num afago suave, amigo. Amor é essa saudade que me faz versejar, mesmo quando eu estou sozinho, cansado ou esquecido. Amor é ser poeta. Ser poeta é amar.”
Perguntaram a uma criança, o que é para você o amor?
E a criança falou:
- “Amor é deixar eu fazer tudo o que quero, as minhas traquinagens, é sujar a boca, não ter que lavar as mãos, não ter que andar com vestido engomado, nem com o terninho apertado. Amor para mim é eu ter o direito de poder brincar, de poder falar quando quero, de gritar, de sorrir. Para mim isso é amor.”
Perguntaram para um velho, o que é amor para o senhor?
E ele respondeu:
- “Amor para mim é o passado. O passado cheio de lembranças. São os momentos felizes que eu vivi. São as imagens que guardei na retina. Amor para mim foram instantes pequenos, passageiros, finitos. Agora, eu sei o que me espera. Mas amor para mim, no momento, em que sou velho, basta, às vezes, o acalanto de um sorriso, seja ele de quem for, um copo d’água, um gesto amigo. Amor para mim só se resume nisso.”
E perguntara para a mulher que esperava o seu filho, o que é amor?
- “Amor é permutar amor e deste amor gerar alguém que é fruto da nossa vida. Amor é a gente se imolar num berço, com os olhos cheios de pranto, e ver esse filho crescer, e jamais se lembrar que por ele nós choramos. Amor é ser capaz de comer menos pão para que o filho se alimente mais, e ficando forte e saudável seja capaz de com toda a pompa virar o rosto, sem olhar para trás. Amor é cada dia pedir pelos filhos, pela sua vida, pela sua paz, para que sejam felizes, sendo que em nenhum instante eles são paz, nem preocupados estão com a nossa felicidade. Mas amar é gerar dentro da alma todos os sentimentos mais nobres que existem na face da terra, e quando esse sentimento desabrocha e o ser que a gente ama tanto e ao qual deu vida, só nos dá a morte da esperança no olvido doloroso, no esquecer do nosso desvelo, no esquecer dos dias que passamos distante a esperar por um agrado, uma lembrança, um abraço.”
Aí, é virar para Deus e falar:
- “Ah! Deus, você colocou nos braços de Maria um filho que você sabia que ela iria perder, mas que a humanidade inteira iria ganhar. Iria ganhar na salvação, na alegria cristã, no desvelo, no amor, que é o amor de todos os amores. Ah! Mãe de Jesus, para todas as mães, para todas as mulheres, para todos os homens, para todos aqueles que crêem, que amam, que servem, eu digo que amar, amar é ser capaz de estender de igual forma aos filhos que não são nossos a mesma extensão de amor, de preocupação de desvelo, de carinho.
Amar é ser capaz de chorar por pessoas que não são consangüíneas nossas, mas que nos tocam as fibras mais puras do sentimento porque somos cristãos. Amar é querer abraçar a humanidade, é não se sentir cansado, em instante algum, em servir a Deus, ao servir ao mestre Jesus. Amar na sua essência mais pura, não é só amar o belo, é amar a tudo, é ser capaz de numa pessoa deformada transformá-la numa pessoa feliz, numa pessoa que caminha radiante, porque o nosso amor as fez sentir que são amadas. Amar é o que vocês fazem. Amor é o que vocês representam.  
 
Médium: Shyrlene Soares Campos 
Espírito: Cecília Meireles

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

ICLÉIA - PEQUENO APÓLOGO




PEQUENO APÓLOGO: 
O homem estava só em meio ao vale cercado de altos e pedregosos montes.
Olhando em torno, sentiu a solidão e silêncio.
Desesperado gritou estentórico:
Não quero ficar só! Onde estão os que me deviam acompanhar, amparando-me nesta travessia?
Seu desespero quebrou o silêncio do vale.
A vibração de sua voz atravessou os espaços, alcançando os montes.
As pedras sofreram-lhe o impacto e, deslizando pelas encostas, soterraram o homem.
Alma querida!
Quando o silêncio te envolver no vale de tuas angústias, sobe aos montes dos teus mais altos ideais e, olhando o céu, busca a companhia das estrelas...
Medita sobre a grandeza da Vida que refulge ao pequenino grão de areia tanto quanto brilha nos astros que se estendem no infinito. E, entre ambos, tu existes como parte da Obra Divina em constante aperfeiçoamento.
Em toda parte, portanto, Deus está presente. Ele é teu companheiro invisível na grande jornada.
Não grites, não exijas, não condenes!
Na solidão do vale nasce a espiga que se converte em pão, e na altivez da pedra está a proteção do vale...
Um dia, a multidão em desespero levou o Mestre à Cruz da ignomínia. Mas Ele, em silêncio e sozinho, transformou a Cruz em estrela de luz, chamando para sempre o caminho dos homens. 
Espírito: Icléia
Livro: Obrigado, Senhor!
Psicografia: 05/09/89.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

AGLAIS VIANNA SALDANHA / FELIPE ABOASSEFE - FRANCISCO DE ASSIS



FRANCISCO DE ASSIS: 
 
Nasceu de família rica,
Entre o luxo ele cresceu.
Fez-se homem, belo e forte,
Com a nobreza conviveu. 
 
Um dia ele despertou
Para a sua vocação,
Que era seguir Jesus,
E ser perfeito cristão. 
 
Entrou para a ordem, então,
Abraçou a humildade,
E, por toda a sua vida,
Só prestou a caridade. 
 
Deixou a roupa de seda,
Túnica simples usava,
Trocou as botas macias,
Com sandálias caminhava. 
 
E, nessa vida simplória,
Francisco foi bem feliz,
Por todos sendo chamado
De Francisco de Assis. 
 
Pregava para muita gente,
Nas ruas, nas catedrais.
Não só falava com os pássaros,
Mas com outros animais. 
 
E em todas as pregações
Sempre a Deus ele exaltou;
Escrevendo suas preces,
A verdade propagou. 
 
“Amar sem ser amado.
Na discórdia, a união. 
Na tristeza, a alegria,
Perdoar de coração.”
 
E, assim, ele ensinou
O que era mais importante:
Antes de pensar em si,
Pensar em seu semelhante. 
 
No convento em que vivia,
Quando Jesus o chamou,
Com a cabeça em pedra fria,
Último suspiro exalou!
 
Mas deixou outros irmãos
Seguindo o que pregou. 
Sua prece mais bonita
No mundo se propagou.
 
Médium: Aglais Vianna Saldanha
Espírito: Felipe Aboassefe 
Fonte: Jornal: A Caridade - Novembro/1993.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

DIVALDO PEREIRA FRANCO / VICTOR HUGO - O ALCOOLISMO


O ALCOOLISMO:

Sem nos determos no exame dos fatores sócio-psicológicos causais do alcoolismo generalizado, de duas ordens são as engrenagens que o desencadeiam, - observado o problema do ponto de vista espiritual.
Antigos viciados e dependentes do álcool, em desencarnando não se liberam do hábito, antes sofrendo-lhe mais rude imposição.

Prosseguindo a vida, embora a ausência do corpo, os vícios continuam vigorosos, jungindo os que a eles se aferraram a uma necessidade enlouquecedora. Atônitos e sedentos, alcoólatras desencarnados se vinculam às mentes irresponsáveis, de que se utilizam para dar larga à continuação do falso prazer, empurrando-os, a pouco e pouco, do aperitivo tido como inocente ao lamentável estado de embriaguez.

Os que lhes caem nas malhas, tornam-se, por isso mesmo, verdadeiros recipientes por meio dos quais absorvem os vapores deletérios, caindo, também, em total desequilíbrio, até quando a morte advém à vítima, ou as Soberanas Leis os recambiam à matéria, que padecerá das dolorosas injunções constritoras que lhe impõe o corpo perispiritual...
Normalmente, quando reencarnados, os antigos viciados recomeçam a atividade mórbida, servindo, a seu turno, de instrumento do gozo infeliz, para os que se demoram na Erraticidade inferior...

Outras vezes, os adversários espirituais, na execução de uma programática de desforço pelo ódio, induzem os seus antigos desafetos à iniciação alcoólica, mediante pequenas doses, com as quais no transcurso do tempo os conduzem à obsessão, desorganizando-lhes a aparelhagem físio-psíquica e dominando-os totalmente.

No estado de alcoolismo faz-se muito difícil a recomposição do paciente, dele exigindo um esforço muito grande para a recuperação da sanidade.

Não se afastando a causa espiritual, torna-se menos provável a libertação, desde que, cessados os efeitos de quaisquer terapêuticas acadêmicas, a influência psíquica se manifesta, insidiosa, repetindo-se a lamentável façanha destruidora...

A obsessão, através do alcoolismo, é mais generalizada do que parece.

Num contexto social permissivo, o vício da ingestão de alcoólicos torna-se expressão de status, atestando a decadência de um período histórico que passa lento e doído.

Pelos idos de 1851, porque enxameassem os problemas derivados da alcoolofilia, Magno Huss realizou, por vez primeira, um estudo acurado da questão, promovendo um levantamento dos danos causados no indivíduo e alertando as autoridades para as conseqüências que produz na sociedade.

Os que tombam na urdidura alcoólica, justificam-lhe o estranho prazer, que de início lhes aguça a inteligência, faculta-lhes sensações agradáveis, liberando-os dos traumas e receios, sem se darem conta de que tal estado é fruto das excitações produzidas no aparelho circulatório, respiratório com elevação da temperatura para, logo mais produzir o nublar da lucidez, a alucinação, o desaparecimento do equilíbrio normal dos movimentos...

Inevitavelmente, o viciado sofre uma congestão cerebral intensa ou experimenta os dolorosos estados convulsivos, que se tornam perfeitos delírios epilépticos, dando margem a distúrbios outros: digestivos, circulatórios, nervosos que podem produzir lesões irreversíveis, graves.

A dependência e continuidade do vício conduz ao delirium tremens, resultante da cronicidade do alcoolismo, gerando psicoses, alucinações várias que culminam no suicídio, no homicídio, na loucura irrecuperável.

Mesmo em tal caso, a constrição obsessiva segue o seu curso lamentável, já que, não obstante destrambelhadas as aparelhagens do corpo, o espírito encarnado continua a ser dominado pelos seus algozes impenitentes em justas de difícil narração...

Além dos danos sociais que o alcoolismo produz, engendrando a perturbação da ordem, a queda da natalidade, a incidência de crimes vários, a decadência econômica e moral, é enfermidade espiritual que o vero Cristianismo erradicará da Terra, quando a moral evangélica legítima substituir a débil moral social, conveniente e torpe.

Ao Espiritismo cumpre o dever de realizar a psicoterapia valiosa junto a tais enfermos e, principalmente, a medida preventiva pelos ensinos corretos de como viver-se em atitude consentânea com as diretrizes da Vida Maior.


Médium: Divaldo P. Franco
Espírito: Victor Hugo
Fonte: Livro: Calvário de Libertação - Divaldo Pereira Franco/Victor Hugo

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

CELSO MARTINS - ORANDO SEMPRE



ORANDO SEMPRE:

                       (Trechos)
 
...Depois, narra o que ouviu de um amigo que lhe confidenciou haver aprendido o significado da prece somente quando se tornou espírita. O amigo adquiriu o hábito de orar de modo que até mesmo num ônibus ou trem lotado ele passou a elevar o pensamento à Espiritualidade Superior e formular uma prece em benefício de alguém... “Vendo uma senhora grávida, emitia pensamentos amorosos para que ela tivesse um bom parto... Vendo uma mãezinha com uma criancinha no colo, formulava fervorosos votos no sentido de que aquela criança viesse a ser feliz na presente encarnação em início... Vendo um ancião, lançava sobre sua cabecinha branca vibrações fraternais suplicando forças físicas e, sobretudo morais para que aquele senhor tivesse uma velhice serena... Passando diante de um hospital, rogava aos médicos da Espiritualidade para os doentes ali internados... E assim aquele meu amigo ia diariamente envolvendo em ondas mentais de ternura as crianças, os jovens, o trocador do ônibus, o motorista, o condutor do trem ou do metrô. Pensava nos lavradores do campo e nos médicos das salas-de-cirurgia, nos marinheiros em alto-mar e nos políticos da Nação, nos empresários e nos pilotos de aviões, nos que partiram da vida pela porta falsa do suicídio e nos que estavam atrás das grades nos presídios, enfim ele orava em benefício da humanidade inteira, quer encarnada como desencarnada...”
“Que bom seria de nós, na medida do que nos fosse possível, tentássemos imitar-lhe o gesto espontâneo e generoso, que atira amorosamente pensamentos afáveis em prol de tantos quantos lhe cruzam os passos até mesmo no tumulto de uma cidade agitada como é o Rio de Janeiro. Guardo a certeza de que este meu amigo, só por isto, já tem em seu derredor, sem que ele saiba ou desconfie, uma redoma energética de inestimável valor nas lutas redentoras deste mundo." 

Celso Martins
Fonte: Livro: Orvalho de Luz – Celso Martins.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

RITA FOELKER - SOB O AZUL DO CÉU



SOB O AZUL DO CÉU:  
 
“Durante a travessia, ele adormeceu. Então, um grande turbilhão de vento se abateu de súbito sobre o lago, de sorte que, enchendo-se d’água a barca, eles se viram em perigo.
Aproximaram-se, pois, dele e o despertaram, dizendo-lhe: Mestre, perecemos. Jesus, levantando-se, falou, ameaçador, aos ventos e às ondas agitadas e uns e outros se aplacaram.” (Lucas 8:23,24)


A vida tem destas tempestades.
Tem dias em que o sol se esconde, nuvens escuras tomam conta de tudo, a ventania sacode o barco, a gente perde o rumo e cai em desespero.
Quando isto acontecer, procuremos nos lembrar do mestre que teve serenidade a ponto de continuar dormindo, quando a tempestade começou.
Lembremos de que ele não se abalou, mantendo a fé no Criador de todas coisas.
Lembremos que as tempestades nada podem ante a incomparável permanência dos céus. Que as nuvens e as chuvas passam e que, por de trás das nuvens ainda existe o céu claro e azul.
Tempestades são necessárias. Elas revolvem a terra e saneiam o ar. 
Quando a tempestade vier sobre nossas cabeças, sigamos o exemplo da Sementinha (1). Sementinha podia ter sido levada pelas águas. Mas aproveitou a tempestade para germinar.
 
(1) Personagem do livro Soprinho, de Fernanda de Almeida.


Rita Foelker