AÇÃO E REAÇÃO - II
Meus irmãos
Casados já alguns
anos, não tinham filhos. Viviam em perfeita harmonia com as alegrias e
dificuldades de um casal comum.
Amparava-os o amor
recíproco que se dedicavam, mas no imo daqueles corações, tristeza velada: “Não
tinham filhos”.
A mulher quedava-se
tristonha e pensativa. Foram feitas inúmeras tentativas. Tratamentos
constantes, exames periódicos, tudo em vão.
Finalmente,
resolveram adotar uma criança que preenchesse o vazio daquelas vidas, que
enchesse aquela casa de alegria, de sorriso, de barulho.
Após minuciosa e
prolongada procura, tomaram para sua guarda e adoção pequenina recém-nascida
que passou a ser, desde então a alegria de suas vidas.
Desdobram-se em
desvelo, sacrificaram-se para da a filha querida todo carinho, todo amor
acumulado, todo conforto material possível. Já não admitiam a hipótese de que
ela não fosse legítima filha. Porém ao completar 10 anos adquiriu a menina
moléstia desconhecida, sintomas não identificados, febres intermitentes. Médicos
requisitados. Todos os recursos aplicados, mas nada adiantou, ao cabo de alguns
dias a pequenina desencarnou.
Desespero absoluto, tristeza total,
particularmente para aquela mulher que revoltada bradou aos céus: “MEU DEUS,
MEU DEUS, COMO SOU DESGRAÇADA, QUE MAL FIZ EU PARA MERECER TAMANHO CASTIGO?”
- UM SÉCULO ATRÁS.
Casados já há alguns
anos, não tinham filhos. Viviam em perfeita harmonia. Ele, ela, destaques da
alta socieade da época. Até que um dia, recebeu ela o aviso de ter sido
escolhida para exercer o divino dom da maternidade. REVOLTOU-SE de imediato.
Jamais. Não consentirei que gravidez indesejável cercei a minha liberdade,
sacrifique a minha formosura, desgaste a minha esbeltez... Orgulhosa, fútil,
vaidosa, não titubeou em praticar ação criminosa que a livrasse daquele mal, na
sua opinião.
E veio a segunda vez
e novamente o ato criminoso. E veio a terceira e a quarta. A partir daí, já
abandonada pelo esposo que não concordava com aquelas ações, passou a viver
vida mundana, ôca de realizações, até o dia em que seu espírito foi chamado de regresso ao espaço, para muitos anos mais tarde, já reencarnado, bradar aos
céus: “MEU DEUS, MEU DEUS, COMO SOU DESGRAÇADA, QUE MAL FIZ EU PARA MERECER
TAMANHO CASTIGO?”
Meus queridos
irmãos, meditai sobre o exemplo. Não há causa sem efeito. Não há ação sem
reação. A sabedoria de Deus é grandiosa. O seu amor é magnânimo, mas a sua
justiça é implacável.
GUSTAVO
Médium: A. K. M.
Silva
Fonte: Livro: AMOR E
PAZ – A. K. M. Silva/Gustavo – 1981
♥♥♥♥♥♥♥
FORA DA CARIDADE NÃO
HÁ SALVAÇÃO
Meus irmãos,
A jovem senhora,
elegante e orgulhosa, acabara de fazer compras em uma grande mercearia.
Saía com uma sacola
em cada mão, abarrotadas de mercadorias, tão cheias que uma delas eram visíveis
lindos cachos de uva acondicionados em embalagem plástica.
Logo que atingiu a
via pública, foi interceptada por outra mulher, esta magra, de aparência
doentia, trazendo pela mão, pequenina criança e tendo ao colo outra, ainda
menor.
- Pelo amor de Deus,
por caridade, a senhora me daria alguma coisa que diminuísse a fome, não minha,
pois sou adulta e principalmente mãe, sempre soube superar o sofrimento, mas
para essas pequeninas crianças, necessitadas e famintas?
Com olhar de
indiferença, a outra respondeu:
- Não posso, a
caridade é missão social do governo. Também tenho uma filha pequena, mas
trabalho para ajudar no seu sustento. Por que você também não procura trabalho?
E seguiu adiante,
indiferente, alheia, altaneira.
Ao chegar em casa,
sua primeira providência foi desembalar as frutas, lavando-as, colocando-as em
pequena bandeja e oferecendo-as com carinho, à sua pequenina e única filha.
A menina com os olhos
aguçados pelo apetite saiu com as frutas para o jardim da mansão. Passaram-se
alguns minutos e eis que a pequenina adentra a casa com a bandeja totalmente
vazia. Surpresa a mãe lhe pergunta: - Filha, chupastes todas as uvas?
- Não chupei
nenhuma, pois ao chegar ao jardim vi passar na calçada uma mulher magrinha,
puxando uma criança pequenina pela mão e tendo outra ainda menor no colo. Elas
não me viram, mas fiquei com pena e pela grade dei todas as frutas para as
meninas.
A mulher cuja
fisionomia já se transfigurava diante da narrativa daquela criança, aconchegou
a filha ao peito e deixou escapar lágrimas de arrependimento e pediu ao Senhor
que protegesse sempre aquele pequenino ser que lhe fez compreender questão tão
edificante, quebrando em definitivo o seu orgulho, o seu desdém.
“Bem-aventurados os
que tem limpos os corações, porque verão a Deus.”
“Fora da caridade
não há salvação”
Rio, 15/Mar./80.
GUSTAVO
Médium: A. K. M.
Silva
Fonte: Livro: AMOR E
PAZ – A. K. M. Silva/Gustavo – 1984.
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