A CÓLERA
A cólera é responsável por alta percentagem do obituário
no mundo, como legítimo fator de enfermidade e portadora eficiente da morte.
Além disso, é também a raiz de grande parte dos males e perturbações que
solapam a segurança dos trabalhos associativos na Terra.
Nos lares invigilantes, é o gênio escuro da discórdia.
Nas instituições respeitáveis, é o fermento da
separação.
Nas vias públicas, é a porta de acesso ao crime.
Nos círculos da fé religiosa, é a brecha por onde se
derramam os fluidos destruidores das trevas.
Nos gastrônomos, produz a hepatite.
Nos fracos, estabelece o abatimento letal.
Nos irritadiços, plasma os fenômenos epileptóides.
Nos invejosos e nos despeitados, engendra a loucura por
efetuar a ligação imediata da alma com as entidades representativas de charcos
espirituais deprimentes.
Nos maus, desperta os monstros do homicídio.
Nos corações desprevenidos, arroja as sementes
envenenadas do vício.
Nos inconformados, desequilibra as paredes celulares do
edifício orgânico, favorecendo a prosperidade do câncer.
Nos rebeldes, espalha as sugestões de suicídio.
Nos intemperantes mentais, provoca ingratas perturbações
alérgicas e concretiza moléstias filiadas a diagnose indefinível.
Em toda parte, quando encontra guarida em algum coração
menos consagrado à humildade e à fé, transforma-se em mensageira de terríveis
obsessões, que somente a compaixão divina, apoiada na bondade humana, consegue
reduzir ou curar.
Recebamos a experiência, por mais amargosa, com a luz da
confiança no Senhor que, em nos oferecendo a prova, nos possibilita a
purificação.
A presença na Terra é aprendizado.
Revoltar-se o homem, à frente da vida, é menosprezar o
Mestre, aniquilar a oportunidade e perder a lição.
EMMANUEL
Médium: Francisco Cândido Xavier
Fonte: O Reformador – Fevereiro de 1955.
UM MINUTO DE CÓLERA
Um minuto de cólera pode ser uma invocação às forças
tenebrosas do crime, operando a ruptura de largas e abençoadas tarefas que
vínhamos efetuando na sementeira do sacrifício.
Por esse momento impensado, muitas vezes, esposamos
escuros compromissos, descendo da harmonia à perturbação e vagueando nos
labirintos da prova por tempo indeterminado à procura da necessária
reconciliação com a vida em nós mesmos.
Pela brecha da irritação, caímos sem perceber nos mais
baixos padrões vibratórios, arremessando, infelizes e incontroláveis, os raios
da destruição e da morte que, partindo de nós para os outros, volvem dos outros
para nós, em forma de angústia e miséria, perseguição e sofrimento.
Em muitos lances da luta evolutiva, semelhante minuto é
o fator de longa expiação, na qual, no corpo de carne ou fora dele, somos
fantasmas da aflição, exibindo na alma desorientada e enfermiça as chagas da
loucura, acorrentados às conseqüências de nossos erros a reagirem sobre nós, à
feição de arrasadora tormenta.
Se te dispões, desse modo, à jornada com Jesus em busca
da própria sublimação, aprende a dominar os próprios impulsos e elege a
serenidade por clima de cada hora.
Ama e serve, perdoa e auxilia sempre, recordando que
cada semente deve germinar no instante próprio e que cada fruto amadurece na
ocasião adequada.
Toda violência é explosão de energia, cujos resultados ninguém pode prever.
Guardemos o ensinamento do Cristo no coração, para que o
Cristo nos sustente as almas na luta salvadora em que nos cabe atingir a
redenção, dia a dia.
EMMANUEL
Médium: Francisco Cândido Xavier
Fonte: Livro: Semeador
em Tempos Novos, Francisco Cândido Xavier/Emmanuel.
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