A INVEJA:
A inveja evidencia um complexo de
inferioridade e sempre revela
importância ao invejado.
O Batismo de Cristo é um grande painel que foram encomendado a Andrea Verrocchio pelos monges do mosteiro de São Salvi, na Itália. Nele, o grande mestre convida o então jovem Leonardo da Vinci para pintar um dos anjos e a paisagem de fundo. Leonardo deu a esse trabalho um acabamento tão completo, que ele resultou em uma melhor aparência do que a das figuras de seu mestre. Verrocchio ficou tão cheio de inveja por seu discípulo ser melhor do que ele, que abandonou os pincéis.
Naturalmente surge como um ligeiro incômodo, onde o seu possuidor tenta por si mesmo dissimular a razão. Procura-se de imediato, localizar falhas, equívocos e erros no objeto invejado, granizando o seu autor, muitas vezes, de forma sutil e velada. O invejoso pode até passar como alguém com cuidado e esmero em relação ao outro. Pura mistificação.
O invejoso, sob todos os argumentos, tenta invariavelmente desqualificar o feito de sua inveja, pois assim se sente mais ajustado ao seu incômodo ou então pensa que depreciando não chamará mais atenção sobre o invejado.
Sentimento perigoso, que pode levar à insensatez de comportamentos desequilibrados e perniciosos.
O invejoso sente a sua incapacidade de fazer ou ter o que se revelou como fonte de sua inveja, de tal monta que a sua sanha será a de destruir o objeto e autor da sua inveja, quando é claro, levada à maximização do sentimento.
Em algum momento tivemos inveja de alguém. É um dos muitos sentimentos humanos presentes em nossas fibras morais, precisando de dedicada atenção e luta pela erradicação.
Policie sempre o seu verbo, quando ele for desvalorizar o que se tornou notório como bom, bonito, pois assim você estará se expondo à identificação por parte dos demais, como invejoso.
Assim sendo, não se permita deixar de reconhecer a beleza de um feito ou de um objeto ao seu autor, ainda que a inveja pese nos seus lábios, insistindo em deixá-los cerrados. Não. Vença-se e reconheça o que você registrou como melhor do que consegue fazer. Isso só o dignificará e o fará grande diante de si e da vida.
Uma alma elegante e superior sempre estimulará com verdadeira alegria e satisfação o crescimento e realizações de seus companheiros de vilegiatura. Realçar o brilho de alguém só faz reluzir mais ainda o brilho próprio.
Não tenha justificativas tolas do tipo: o elogio corrompe o elogiado ou destrói a conquista do realizador. Absolutamente! Cuidado! Aí já pode estar a inveja mesclada. Você não vai bajular, mentir. Mas estimular, por que não?! Afinal de contas, quem realizou algo digno de reconhecimento como bem feito, precisa saber que o é, para que continue sempre assim e se aprimorando cada vez mais.
A vida do invejoso será sempre atormentada, perturbada, porque não podendo ser o outro, jamais também poderá ter a grandeza de ser ele.
Fonte: Página extraída do livro: Construção Interior
Médium: José Medrado
Espírito: Carlos Murion
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