CORRIGENDAS
Preocupados
com a ventura de seus filhos, os pais terrenos não hesitam em dar-lhes
corrigendas, sempre que eles cometem erros ou desvios suscetíveis de
comprometer-lhes a felicidade.
Se assim
é, seria ilógico supormos que o nosso Pai Celeste agisse menos sábia, vigilante
e amorosamente para com as suas criaturas.
Em
verdade, a Divina Providência segue cuidadosa e carinhosamente todos os nossos
passos, e age em nosso favor a cada instante, com silenciosa eficiência.
Naturalmente,
todo corretivo dói, constrange e desagrada, tanto mais quanto menos for compreendido
e aceito. Será sempre, porém, o remédio ou o preventivo indispensável, para
sanar ou evitar males reais, dos quais geralmente não temos nenhum aviso.
Muitas de
nossas dificuldades, frustrações e desenganos, no caminho da vida, são
verdadeiros atos de benemerência do Céu em nosso benefício, embora quase nunca
tenhamos disso consciência.
O Doutor
de Tarso, antes do seu encontro pessoal com Jesus, sofreu grandes angústias e decepções,
a ponto de sentir crestados, em plena juventude, os melhores e mais belos
anseios do seu coração.
O
Senhor, porém, ao mostrar-se a ele na estrada de Damasco, advertiu-o para que
não recalcitrasse contra os aguilhões, como a esclarecer-lhe que os chamamentos
do Alto nem sempre são amenos e suaves, fáceis de esquecer.
“O
Senhor corrige os que são seus” – dizem as Escrituras. E o Mestre Divino
reiterou, diversas vezes, aos seus apóstolos, que no mundo teriam tribulações.
Aos
aprendizes do Espiritismo evangélico essa realidade toca de muito perto, porque
a sua natural sintonia com os amigos espirituais que os assistem importa em
intervenções de orientação e socorro, nem sempre bem entendidas pelos
invigilantes tutelados.
Operários
voluntários e conscientes, em serviço nesta Casa de Ismael, devemos, todos nós,
encarnados e desencarnados, estar atentos a isso, porque os nossos Maiores do
Altiplano não nos deixarão errar sem aviso, nem comprometer os frutos do nosso
trabalho, senão em face de nossa irremissa teimosia.
Mesmo
assim, seremos ainda, na pior das hipóteses, ovelhas desgarradas do aprisco,
candidatos à condição de filhos pródigos da Misericórdia dos Céus. Nunca,
porém, abandonados ou esquecidos, porque o amor verdadeiro não ascenderá
sozinho a nenhum paraíso de felicidade, sem antes resgatar aqueles que ama, mesmo
que, para isso, tenha de mergulhar em profundezas infernais.
ÁUREO
Médium: Hernani T. Sant’ana
Fonte: Livro: Amar e Servir
Nenhum comentário:
Postar um comentário