ORADOR ESPÍRITA:
Se
te propões a tarefa de expor a Doutrina Espírita, fazendo uso da tribuna, assenhoreia-te
de algumas regras para que o exercício de transmissão seja bem sucedido.
Não
te limites a falar objetivando simplesmente desincumbir-se do tema que te foi
proposto; compenetra-te, primeiro, de que falarás acerca de assuntos que já
foram aprovados na espiritualidade e confia em que, à frente da tribuna
espírita, os bons amigos da Vida Maior o inspiram.
Antes
de iniciares, liga-te com o Alto, através da meditação e da prece, ajustando o
pensamento na mesma sintonia dos mentores da casa espírita e do teu guia
espiritual. Em seguida aproxima-te confiante e deixa fluir, espontaneamente, o
que trazes em teu coração.
Se
vais falar acerca dos que faliram, esclarece com amor e respeito, evitando
imprimir à tua voz tom de acusação ou reproche.
Não
condenarás. Nunca o faças!
Poderá
parecer-te fácil a censura, mas é preciso aplicar a bondade e a compreensão.
Considera sempre o impositivo e as implicações reencarnatórias, e a tua
exposição será lúcida e fraterna.
Enche-te
de compaixão pelos que te escutam, nunca esquecendo que os que ali estão, em
atitude respeitosa, trazem no íntimo tempestades da alma, angústias e receios,
estão fatigados e, quiça, nada mais esperam da vida. Lança em tua prédica a
semente da esperança, da concórdia, da fraternidade e do perdão.
Evita
o uso de palavras difíceis e impossíveis de serem assimiladas pelos que te
escutam. Recorda que nem todos estão preparados para a grandiloqüência. Usa,
portanto, da expressão simples, porém elevada, do ritmo discreto e da harmonia
que existe na concisão.
Não
economizes, contudo na beleza e estesia do teu verbo. Salpica tua palestra com
a poesia singela e cria panoramas de luz para os que te escutam.
Isto
servirá de refrigério para os que estão sedentos de uma boa palavra e vieram,
talvez de longe, no afã de um pouco de conforto e de um roteiro de iluminação.
Restaura
a fé dos que estão combalidos, e alimenta com o Evangelho, os que estão famintos
dele.
Ao
perscrutares com os olhos a assistência atenta, não te precipites em julgar a
ninguém, seja pelo traje ou pela expressão facial. Lembra-te apenas que todos,
pobres ou ricos, feios ou bonitos, podem ter cravado no coração o espinho do
sofrimento e que a carne, por jovem ou velha, abriga dores inavaliáveis.
Olha-os
como a irmãos e fala-lhes de Jesus, o irmão de todas as horas.
E
se acaso estiveres mal disposto, triste ou aflito, esquece tua mágoa enquanto
cauterizas a ferida alheia, derramando sobre ela o bálsamo do esclarecimento
que educa e faz progredir.
Não
te incomodes se a tua exposição não foi a palestra formidável; importa que ela
seja a que consola, elucida, educa e reanima.
Outros
expositores passarão pela tribuna trazendo cada um, a semente da verdade e do
amor. A estas sementes acrescenta a tua, por pequenina e simples que ela te
possa parecer.
Não
hesites nem te atemorizes quando chamado a esse serviço. Leva, por mercê da tua
explanação, socorro benevolência e recursos mentais que ajudem o teu próximo a
viver melhor.
Tu
já enxergaste o porto de segurança, mas sabes que muitos se encontram à deriva,
desnorteados e sem rumo. Assim, oferta-lhes, pela palavra evangelizada, a
bússola que os guiará no mar proceloso da vida, direcionando-os para Deus.
“...mas eu digo que toda palavra frívola que
os homens proferirem hão de dar conta no dia do juízo. Pois pelas tuas palavras
serão ajustificado e pelas tuas palavras serás condenado”. Jesus
AMÉLIA
Médium: Vera Cohim
Fonte: Livro: Silenciosa Amizade – Vera
Cohim/Amélia – Editora DPL.
Nenhum comentário:
Postar um comentário