segunda-feira, 14 de setembro de 2015

AUTORES DIVERSO ESPÍRITAS E NÃO ESPÍRITAS - A CARIDADE - PARTE IV - PENÚLTIMA


AUTORES DIVERSOS

ESPÍRITAS E NÃO ESPÍRITAS

A CARIDADE

PARTE IV (PENÚLTIMA)



Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?

- “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.”

O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça. pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos.

A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores. Ela nos prescreve a indulgência, porque da indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer. Apresente-se uma pessoa rica e todas as atenções e deferências lhe são dispensadas. Se for pobre, toda gente como que entende que não precisa preocupar-se com ela. No entanto, quanto mais lastimosa seja a sua posição, tanto maior cuidado devemos pôr em lhe não aumentarmos o infortúnio pela humilhação. O homem verdadeiramente bom procura elevar, aos seus próprios olhos, aquele que lhe é inferior, diminuindo a distância que os separa.


ALLAN KARDEC

Fonte: O Livro dos Espíritos – Allan Kardec – FEB. Questão 886.




Todo ato de bondade e gentileza tem uma alegria particular que traz o ar do céu.
Quando alguém está sempre ocupado em fazer o bem aos outros, sente um constante alegria e essa alegria cria uma atmosfera celestial, criando dentro dele um paraíso, que é sua vida interior.

                           HAZRAT INAYAT KHAN
Escritor, poeta e músico sufi indiano – 1882-1927


O próprio mendigo, que só sobrevive em virtude da caridade, deve também praticá-la.

TALMUDE



Até mesmo o pobre tem algo que pode dividir com os outros. Que um empreste os pés ao aleijado, que outro se torne os olhos do cego, um outro visite o doente ou enterre o morto. Essas são coisas que todos podem fazer. Enfim, que cada um amenize a carga do outro e estará se cumprindo as leis do Cristo.

SANTO AGOSTINHO
 Bispo de Hipona, escritor, teólogo, filósofo, natural de Tagaste, atual Argélia - 354-430.



Eu gostaria de unir o mundo inteiro numa grande rede de caridade.

FREDERICO OZANAN

 
Onde está a caridade, Deus também se encontra. Se vocês pensam em fazer o bem a seu irmão, Deus pensará em vocês. Se fizerem a ele uma armadilha, nela cairão vocês; será sua própria armadilha. Mas se lhe prepararem o céu também a vocês ele pertencerá. Lembrem-se disto...

MIRIAM DE JESUS CRUCIFICADO



A DIVINA PROVIDÊNCIA
 

Havia dois homens que moravam vizinhos um do outro, e cada um deles tinha uma mulher e muitos filhinhos pequenos, a quem sustentavam só com o trabalho de suas mãos.

Um destes homens levava vida amargurada de cuidados dizendo sempre consigo: – se eu morrer ou cair numa cama doente, o que será de minha mulher e meus filhos?

Nunca este pensamento o deixava; de dia e de noite lhe roía o coração, como um bicho rói o fruto onde vive escondido.

Ora, embora o outro pai não deixasse de ter tido também o mesmo pensamento, não tinha demorado nele, porque, dizia ele: – Deus, que bem conhece todas as criaturas, e as vigia, também há de me vigiar, a minha mulher e os meus filhos.
E este vivia tranquilo, ao mesmo tempo que o primeiro nem um instante desfrutava de alegria, nem de tranquilidade em seu interior.

Um dia, como trabalhava nos campos, triste e abatido pelos seus medos, viu alguns pássaros que entravam em uns silvados, depois saíam e logo em seguida voltavam outra vez a entrar.
Chegando mais perto, viu dois ninhos feitos par a par um com o outro e em cada um muitas aves pequeninas, recém-nascidas da casca, e ainda todas sem penas.

Voltando para seu trabalho, levantava de vez em quando os olhos e punha-se a considerar a vida daqueles pássaros, que iam e vinham trazer o sustento dos seus filhinhos.
Ora, ao mesmo tempo que uma das mães voltava com o alimento, ei-la que é tomada de um abutre que consigo a leva pelos ares. A pobrezinha esvoaçava toda entre aquelas garras cruéis, lançando muitos gritos agudos, sem que lhe adiantasse nada.

O homem que trabalhava, ficou ainda mais perturbado que antes com aquele acontecimento, porque imaginava que com a morte daquela mãe, seus filhinhos fatalmente iriam morrer de fome. Também os meus não têm senão a mim, o que será deles se eu morrer?

Ficou muito triste todo dia e nem conseguiu dormir a noite. No dia seguinte voltou para ver os filhotinhos daquela coitada: aquelas horas, pensava, já estão mortos. Embrenhou-se naquela mata e chegando lá viu os filhotinhos bem e cheios de saúde, nenhum tinha passado mal. Maravilhado com o que via, agachou-se para observar.

Após um breve intervalo, ouviu nos ares um leve chilro, viu a segunda mãe toda cansada com o alimento que trouxera: entrou e repartiu sem diferença entre todos os filhotinhos. Todos ficaram alimentados e nenhum ficou desamparado por causa da orfandade.

E o pai que não confiava na Providência, contou ao outro pai tudo o que vira. Então disse-lhe o outro pai: – Para que sofrer assim sem motivo? Deus nunca abandona seus filhos.
Tem o amor divino segredos que não conhecemos. Acreditemos e esperemos, amemos e vamos seguindo serenos por nossa caminho.
Se eu morrer primeiro você cuida dos meus, e se você morrer primeiro eu cuido dos seus. E se ambos morrermos antes de estarem em idade que se sustentem, terão por Pai aquele que mora nos Céus. 


ANTÔNIO FELICIANO DE CASTILHO 
Notável escritor romântico português - 1800-1875.

 
 

Vê Deus em e através de todos os nomes e formas. Contempla-O em todas as fisionomias, em teus vizinhos, em teus conterrâneos e em todos os povos da terra.   Contempla-O e serve-O em todas as modalidades da Sua criação. Ajuda a todos, ama-os, sê afável com todos. Não ofenda os sentimentos alheios. Jamais sejas fanático ou dogmático. Sê tolerante e de vistas largas. Compartilha o que tens com os outros. Sê liberal. Torna-te totalmente altruísta. Experimenta a alegria de um amor e afabilidade altruística e desinteressada. Perdoa aqueles que te ofendem na sua ignorância. Não odeies a ninguém Sente que todos são teu próprio Ser. Torna-te uma personificação da bondade, do altruísmo e do espírito prestativo. Este é o caminho para a comunhão com o Espírito e para alcançar uma felicidade sem igual neste mundo.

SWAMI SIVANANDA
Educador, iogue, escritor, médico e filósofo hindu
 1887-1963

Fonte: Swami Sivananda – O Segredo da Felicidade

 
Todo ato bom é caridade. Dar água ao sedento, dizer palavras de alento a uma pessoa triste, dar remédios ao pobre, tirar uma pedra do caminho: tudo é caridade. Ser amável é caridade, esquecer e perdoar uma ofensa é caridade. Pensa em quem sofre e ora por seu bem-estar: isto produzirá um bem maior do que se possa fazer por meio do dinheiro.
SWAMI SIVANANDA
Educador, iogue, escritor, médico e filósofo hindu
 1887-1963
Fonte: http://yoga-ensinamentos.blogspot.com.br/2013/01/a-caridade-swami-sivananda.html


Algumas pessoas fazem caridade desejando ver seus nomes publicados nos jornais. Esta é uma forma impura de caridade. Isso é só orgulho e ostentação. Não deves fazer publicidade de tua caridade. Deves sentir uma grande alegria ao dar. Não deves nem mesmo pensar na lei de causa e efeito que te retribuirá aquele bem que foi feito.

 SWAMI SIVANANDA
Educador, iogue, escritor, médico e filósofo hindu
 1887-1963

Fonte: http://yoga-ensinamentos.blogspot.com.br/2013/01/a-caridade-swami-sivananda.html

 

 AI DOS SACIADOS!...


Tenho pena Senhor, dos que têm fome e mais pena ainda dos saciados, que morrem de fastio e de tédio...
Tenho pena dos que têm fome e não me acostumo a ver criaturas humanas, filhos de Deus, disputando restos de comida em depósitos de lixo...
E como ouso dizer que tenho mais pena ainda dos saciados, que morrem de fastio e de tédio?
Deus me entende! Aflige-me a Criatura que nem sabe mais fazer com dinheiro; não tem mais em que gastar; não consegue, mesmo com seus esbanjamentos faraônicos, dispender sua fortuna...
Quem sabe, hoje mesmo a morte chega e de nada valerão, do lado de lá, todos os créditos nos Bancos da Terra, todas as cadernetas de cheques que levar consigo...
Tenho pena, Senhor, dos sem-casa, dos sem-abrigo, e mais pena ainda dos instalados, dos enraizados que fizeram da Terra morada permanente...
Tenho pena dos sem-casa e sem-abrigo... É tão bom, no fim do dia, terminado o trabalho, voltar para casa; ter um canto seu, parentes à espera; quem sabe um banho reparador, aguardando um jantar com entes queridos...
Deve ser horrível não ter para onde ir, ficar rolando no patamar das Igrejas, nos pisos de edifícios ou debaixo das pontes, sem comida, sem família, sem banho, sem nada...
Como ouso, então, dizer que ainda me aflige mais encontrar criaturas instaladas, enraizadas, totalmente esquecidas de que não temos aqui morada permanente e de que, a cada instante, pode soar o sinal de partida!?...
Feliz de quem guarda a lembrança de que estamos em marcha, em caminhada, e de que, casa mesmo, casa perene, casa eterna, só quando chegarmos à Casa do Pai!
Quem vive à luz desta verdade faz tudo para que não falte a ninguém um teto humilde e um catre onde repousar o corpo cansado!..
Tenho pena, Senhor, dos que Te procuram tateando na sombra mas tenho mais pena ainda de quem se basta, não precisa de Ti, se crendo um super-Deus...
Tenho pena dos que procuram Deus e têm a impressão de não encontrá-lo: tateiam na sombra! Mas quem busca o Senhor, mesmo que guarde a impressão de não o encontrar, já tem garantido o encontro com o Criador e Pai!
Perdoa-lhe a insensatez: mais fraqueza do que maldade. És grande demais, Senhor e sobretudo és bom demais para desceres a mesquinharias de vinganças! Atravessa-te no caminho deles... Pai é Pai, e és Pai de todos nós! Fonte: Livro: Um Olhar sobre a Cidade - Dom Hélder Câmara - Editora Civilização Brasileira.

DOM HÉLDER CÂMARA
 Arcebispo e humanista brasileiro. Grande defensor dos direitos humanos. Pregava uma Igreja simples, voltada para os pobres e a não-violência - 1909-1999.  



A PALAVRA AFETUOSA


Uma palavra afetuosa saída do coração é tão rara! Aquele a quem é dirigida não a esquece nunca, conserva-a alegremente no íntimo de si mesmo, como o estudante ao louvor, como a noiva à carta de seu querido. Freqüentemente deixamos escapar a ocasião adequada a uma palavra de simpatia ou compaixão para com os doentes, os que sofrem, ou aquele que perdeu o melhor amigo. Conservamo-nos mudos e como petrificados diante deles: bem que a gente queria dizer-lhes alguma coisa; mas a expressão conveniente não ocorrre e preferimos o silêncio.

É preciso simplesmente aprender a arte de fazer todo o mundo feliz. Vocês aprendem a cantar, a tocar piano e violino para dar prazer aos outros: por que não aprendem também a arte de dizer palavras amáveis? Aqui o papel é muito mais belo, pois o coração fala por si mesmo, ao passo que na execução de uma obra musical se interpreta o sentimento de outrem. É só dar o primeiro passo e o resto vai por si mesmo.

Ouça o conselho do poeta:
Se tens uma palavra de amor,
Não a escondas no coração.
Como de um ramo em flor, vêm colhê-la
Para mitigar as dores amargas.
Tanto ódio neste mundo
Faz sangrar feridas profundas!
Uma palavra que brotar do coração
Sara muita vez o coração de outrem! 

 
F. W. FOERSTER 
(Friedrich Wilhelm Foerster) – Escritor e Pedagogo alemão – 1869-1966.

Fonte: Livro: Para Formar o Caráter – F. W. Foerster - Livraria José Olympio.

 
 

A CARIDADE
                                                            (Trecho)
A caridade é a fonte e origem de todos os bens, é a mais poderosa defesa, o caminho que conduz ao céu. Quem caminha na caridade não pode errar nem temer. Ela dirige, protege, leva a bom termo.
Portanto, meus irmãos, já que o Cristo nos deu a escada da caridade, pela qual todo cristão pode subir ao céu, conservai a caridade verdadeira, exercitai-a uns para com os outros e, subindo por ela, progredi sempre mais no caminho da salvação.  


Fulgêncio de RuspeE - Bispo, téologo e escritor tunisiano – 468-533. 

Fonte: In Dos Sermões de São Fulgêncio de Ruspe.


 
Naquele tempo quando eu tinha dinheiro, sempre emprestava um pouco para você. Agora que você está cheio de dinheiro e bem agasalhado, nos encontramos novamente,   mas você nada reparte.
Não se esqueça de que quando você era pobre aferrava a mim com muita esperança.
A propriedade troca de lugar. Espero que você avalie bem isso.

HAN SHAN (Montanha-Fria)  - Poeta budista chinês da Dinastia Tang - Século VII.
 
Versos 154  - Fonte: Livro: Versos reunidos de Han Shan – Site: marcosbeltrao.net

 


CARIDADE

Ó caridade, como és bondosa e rica, como és poderosa! Quem não te possui, nada possui...
Para vestires quem está nu, alegras-te em seres despida. Consideras a fome como saciedade, se um pobre faminto comeu teu pão. Tua riqueza consiste em destinar a obras de misericórdia tudo que possuis. Só tu não sabes o que seja fazeres-te de rogada. Socorres, sem demora, os oprimidos em qualquer necessidade se encontrem, mesmo em prejuízo teu. És o olho dos cegos e o pé dos coxos, és o fidelíssimo escudo das viúvas. Para com os órfãos, faze as vezes dos pais e melhor ainda do que eles. Não tens jamais os olhos enxutos, porque a compaixão ou a alegria o impedem... Amas teus inimigos com amor tão intenso, que ninguém poderia distinguir diferença entre eles e os teus amigos. .

SÃO ZENO DE VERONA - Um dos primeiros cristãos, bispo de Verona, nascido no Norte da África - Cerca de 300-371.
Fonte: Livro Intimidade Divina - Gabriel Santa Maria Madalena - dições Loyola.
       

Nenhum comentário:

Postar um comentário