LIMPEZA
MENTAL
Os pensamentos maus e negativos envenenam a alma. É
como se guardássemos lixo dentro da mente.
Se mantivermos uma lata de lixo dentro de casa, o que
vai acontecer? Logo estará cheia de vermes, micróbios, bactérias, moscas e todo
tipo de insetos indesejáveis.
O que é preciso fazer, então?
Devemos fazer o que toda dona de casa faz: tirar o lixo, colocando-o na rua, em sacos
plásticos bem fechados, onde o lixeiro poderá levá-lo embora.
Em nosso lar cuidamos da higiene mantendo a casa
limpa e em ordem. Fazemos a mesma coisa com o corpo que Deus nos deu para
viver: tomamos banho todos os dias, colocamos roupas limpas e bem passadas,
escovamos os dentes, penteamos os cabelos. Assim ficamos com boa aparência e
nos sentimos bem. Mas não é só da limpeza exterior que precisamos cuidar. Da
mesma forma devemos agir com nosso interior, mantendo-o limpo e bem arrumado. E
como fazemos isso?
Não guardando sentimentos de mágoas ou rancor,
procurando desculpar se alguém nos ofendeu, esquecendo a agressão. Procurando
não sentir inveja de ninguém, sabendo que cada um de nós recebeu de Deus o
melhor. Evitando falar mal dos outros e não julgando as atitudes alheias, uma
vez que não sabemos o que está acontecendo. Não brigando com os amigos,
procurando manter no grupo um ambiente sadio de paz e amizade entre todos.
Sobretudo, cultivando sempre pensamentos elevados, que trazem boa disposição e
otimismo, fraternidade e alegria de viver.
Lembremos de Jesus, que nos ensinava amar aos outros
como a nós mesmos. Assim, teremos uma vida boa e saudável, tanto física quanto
mentalmente.
CÉLIA XAVIER DE
CAMARGO
Fonte: Jornal: O IMORTAL – Março/2000.
TEMPO PERDIDO
Certo Homem era marceneiro de profissão e
possuía extraordinária facilidade para trabalhar com a madeira. Era um
verdadeiro mestre em seu Ofício e todos admiravam seus trabalhos.
Esse homem tinha um sonho.
Desejava esculpir na madeira uma imagem de
Jesus, a quem ele amava profundamente, em tamanho natural.
Conversando com um amigo, o marceneiro,
falou do sonho que acalentava em seu íntimo e o companheiro incentivou-o.
- Então, por que você não começa? Com seu
talento e habilidade nas mãos, tenho certeza que a escultura será uma obra
prima!
Ao que o marceneiro aduzia:
- Ah! Meu amigo! Desejo não me falta.
Contudo o trabalho deverá ser perfeito e ainda não resolvi qual a madeira que
irei utilizar.
Sempre em dúvida, o artesão deixava o tempo
passar. Uma madeira porque era muito rija, a outra porque não era resistente o
suficiente; outra porque não era resistente o suficiente; outra era macia e de
fácil manejo, porém a tonalidade não o agradava.
E assim o tempo passava e o marceneiro não
se dava conta.
Alguns anos depois reencontrou o amigo.
Retornara à cidade e, curioso, perguntou
sobre a obra.
- Já resolvi o tipo de madeira que irei
trabalhar. Entretanto, ainda não iniciei porque não estou nas melhores
condições íntimas. Creio que para esculpir a figura do Mestre preciso estar bem
comigo mesmo e com o mundo. Sabe como é, os fregueses exigem muito da minha
atenção e não raro me irrito, perdendo a paciência. Além disso, não podendo
dispensar o serviço da marcenaria, onde ganho o sustento para a minha família,
só posso dedicar-me ao sonho acalentado pela minha alma nos momentos de folga.
E aí, grande parte das vezes sinto-me exausto e sonolento. Contudo, -
completava tentando aparentar entusiasmo – pretendo começar minha obra prima
dentro em breve.
Algum tempo depois reencontraram-se
novamente e questionado pelo amigo que demonstrava seu interesse pelo assunto,
o artesão argumentava:
- Infelizmente, ainda não iniciei o trabalho
porque as condições não permitem. A família exige muito da minha atenção e os
filhos requisitam meus carinhos. Você compreende, ainda são pequenos e
dependentes. Contudo assim que crescerem mais um pouco, poderei trabalhar em
paz.
E assim o tempo foi passando. Muitos anos
depois, em visita à cidade, o amigo foi procurar o marceneiro. Encontrou-o
velho e doente.
Após os comprimentos e a troca de notícias,
felizes com o reencontro, o visitante interrogou, curioso:
- E aí? Estou ansioso para ver o trabalho
que tanto desejava executar. Com certeza deve ter ficado soberbo!
Os olhos do marceneiro se apagaram e uma
tristeza infinita vibrou e sua voz já
trêmula pela idade:
- Ah, meu amigo! Infelizmente nem cheguei a
iniciar o trabalho que representava o sonho de toda uma vida. As dificuldades
foram muito grandes e a necessidade de prover o sustento da família me
absorveu. Agora, encontro-me doente e sem forças. Minha vista está fraca e já
não enxergo como antes, e as mãos, trêmulas, não permitem mais trabalhar.
Penalizado, o visitante amigo viu-o puxar um
lenço para enxugar as lágrimas, cheio de arrependimento e de amargura.
- É tarde, meu amigo. Tive todas as
condições e não soube aproveitar. Perdi a oportunidade que o Senhor me
concedeu.
Tentando animá-lo, o visitante considerou:
- Quem sabe? Não desanime. Talvez ainda seja
possível.
O marceneiro fitou o amigo, demonstrando que
compreendia toda a extensão de sua inutilidade e da sua cegueira, respondendo
convicto:
- Não. Agora, só se for em outra existência.
CÉLIA XAVIER DE CAMARGO
Fonte:
Jornal: “O IMORTAL”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário