sexta-feira, 12 de junho de 2015

CENYRA PINTO - O REGOZIJO DE SER BOM / O QUE PENSAM DE NÓS


CENYRA PINTO (Cenyra de Oliveira Pinto) – Escritora espirita e fundadora do Movimento Assistencial Roda de Amor-MARA - 1903- 1996.
 

O REGOZIJO DE SER BOM


Não é fácil ser bom, mas quanto se regozija nossa alma quando conseguimos vencer o egoísmo, o indiferentismo, a maldade e levar a todos os seres o que há de melhor em nós.

Ser bom é ser compreensivo. Ser compreensivo é entender as criaturas seja qual for o seu nível moral, espiritual ou social. E ver com óculos de alcance e penetrar no âmago das pessoas e coisas, e não se prender às aparências.

Que felicidade sentimos quando, ao nos recolhermos, para meditar ou mesmo para repousar, à noite, nossa mente nos traz as imagens da nossa atitude compreensiva, das nossas emoções equilibradas e dos pensamentos de paz que emitimos para nossos companheiros da jornada e para aqueles que já partiram e adiante caminham na espiritualidade!

Atos, pensamentos, sentimentos generosos são a riqueza e a felicidade que só sabem sentir os que conhecem a bondade na sua real manifestação.

As almas altruístas são felizes; em silêncio trabalham para ajudar a erguer os que ainda não sabem caminhar em linha reta, os que ao invés de flores colhem pedras para atirar nos transeuntes, os que não enxergam com os olhos da alma e por isto magoam os que se encontram em seu caminho.

Aquele que entende que a ignorância espiritual é responsável pelos desmandos dessas almas; que, embora apedrejado, não se deixa ferir e ainda é capaz de bondosamente curar do agressor as mãos feridas pelas próprias pedras que colheu para atirar; aquele pode experimentar a maior de todas as venturas, a maior de todas as bênçãos, o mais alto valor que a alma pode possuir: - o regozijo de ser bom!

Fonte: Livro: Vem! - Cenyra Pinto.

 

O QUE PENSAM DE NÓS


Não importa o que pensam ou falem de nós. Importa o que pensamos ou falamos dos outros. Está aí a nossa responsabilidade.

Quase nunca somos aquilo que parecemos ser. As convenções sociais, o meio ambiente, a nossa herança cármica, vários fatores nos levam a ser por fora o que não somos por dentro.

Outros julgam pelo que aparentamos por fora. Ninguém penetra no nosso íntimo; mesmo nós levamos largo tempo a nos visitar e a nos revermos por dentro para saber em que condições estamos. Habituamo-nos conosco externamente e chegamos a nos convencer de que somos aquilo que externamos.

Eis aí a razão de nossas decepções, nossas amarguras. Quando falam algo desagradável a nosso respeito e isso chega ao nosso conhecimento, ficamos revoltados, é que alguém viu, através da máscara tão bem afivelada a nossa face, a fisionomia que realmente possuímos.

Se dermos uma vistoria no nosso mundo interior, talvez descubramos que aquela referência desagradável a nosso respeito tem fundamento.

Iludimo-nos a nós mesmos, e por isso, em vez de nos irritarmos e nos aborrecermos com quem teve a coragem de levantar um pouco a nossa máscara, advertindo-nos sobre a deformação que descobriu, deveríamos ser-lhes gratos, pois poderemos, naquela parte defeituosa, procurar a melhor forma de corrigir o defeito. 

Um exame de consciência, uma auto-analise, de quando em quando, não faz mal a ninguém; ao contrário, leva-nos a descobrir nossos pontos vulneráveis, nossos defeitos, e então procurar corrigi-los antes que alguém venha a ser atingido por eles e os desvende diante de todos.

Outros colocam-nos em pedestal, julgando-nos em estado espiritual elevado. Também não devemos permitir que isso permaneça, pois, forçoso é reconhecer que ainda não nos libertamos da matéria e muitos defeitos ainda nos escravizam a ela. Podemos estar lutando para nos aperfeiçoarmos e darmos provas disso por meio de atos louváveis, mas daí a merecermos um pedestal vai muita distância. Somos humanos, sujeitos às mesmas falhas de todo mundo.

Quanto às referências pouco elogiosas ou de críticas aos nossos atos, podem ser provocadas por vários motivos, alguns até verdadeiros, mas de qualquer forma não nos devem atingir; pois precisamos aprender a ser nossos próprios juízes e saber que só responderemos pelo que fizermos e não pelo que julgam que fizemos.

Perante a lei do eterno, responderemos pelo que somos, não pelo que julgam que somos.
Esforcemo-nos por ser honestos em todas as nossas atitudes, e por fazer na vida tudo com dignidade e amor, ainda que muitas vezes tenhamos que desagradar a alguém.

Sabemos que, mesmo com esse esforço, só lentamente nos conheceremos intimamente. Os instintos em nós usam muitos subterfúgios e nos iludem mesmo. Por isso, aceitemos as críticas, as censuras ou os elogios com naturalidade. podem todos ter razão; é provável que ora sejamos sinceros e justos, ora hipócritas; ainda não estamos em estágio tão elevado que possamos acertar sempre. Então deixemos que digam, que pensem a nosso respeito o que quiserem, pois cada um responde por si. Se acertarem, melhor para eles, se errarem responderão pelo juízo precipitado. Devemos continuar a nossa diretriz sem nos afastarmos um milímetro da meta traçada. Perfeição deve ser o nosso lema. Vezes acertando, vezes errando, mas perseguindo sempre a meta que é a razão de nossa estrada no mundo.

Assim, que falem, que nos elogiem ou nos apupem; isto não pode nem deve alterar o nosso rumo. Marcharemos em direção à luz. "A luz conquista as trevas". Que as trevas das desilusões, das amarguras, dos desenganos, provocadas ainda pela nossa ignorância, sejam, pois, vencidas em nós pela luz da eterna sabedoria.

Fonte: Livro: Eu Sou o Caminho - Cenyra Pinto.
 

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