segunda-feira, 15 de junho de 2015

ADELAIDE AUGUSTA CÂMARA (AURA CELESTE) / JOAQUIM MURTINHO - O PONTO NEVRÁLGICO


O PONTO NEVRÁLGICO



Meus amigos, meus prezados irmãos, eu vos saúdo.

Quando na terra, ocupei-me do estudo do corpo humano, meticulosamente examinado e sondado em sua estrutura externa e em suas cavidades internas, em suas vísceras, descobrindo sempre o ponto nevrálgico, no qual se baseava o meu diagnóstico. Eu nunca (humanamente falando) errei! Às vezes, a terapêutica não me auxiliava e eu não consegui a cura do doente, nem sequer o alívio, não por erro do diagnóstico, mas pela falta do remédio adequado para preencher o fim que eu visava. Hoje raciocinando sobre as cousas concernentes ao corpo, eu vejo que não somente a estrutura material do corpo humano tem o seu “ponto” guardado, que ele procura encobrir para que outros não o vejam, mas que para nós é descortinado facilmente.

Assim é que há indivíduos probidosos, honestos, escravos da sua palavra, dignos, mas que tem lá oculto o seu ponto fraco, em que é preciso não tocar; tocando, ele é o mesmo hoje que foi há séculos atrás... Continua vivendo ainda aquela sensibilidade prejudicial. Tais indivíduos, quando se lhes diz que é preciso uma reforma no seu caráter, eles analisam as suas próprias virtudes, e, então, passam e repassam, não os seus defeitos, o que seria proveitoso para poder corrigi-los, mas aquilo que lhes parecem terem de bom... Quando, porém, encontram na terra um indivíduo qualquer que tenha um defeito, do qual eles se acham isentos, ah! então, então sua crítica é inexorável!!  “F., que se diz espírita, que se diz homem de bem, procede desta, desta e desta maneira”. É de vê-los como se tornam severos... Sabeis porque?  - Porque este é o “ponto nevrálgico” do seu companheiro, mas não é o deles... Agora, quando chegar a vez de tocar no seu “ponto nevrálgico”, tal homem se escusa e diz: “Sou humano; é possível que de outra vez possa corrigir esse defeito; agora, entrego-me de armas e bagagens, porque não o consigo: é inútil... Ah! uma cousa, sim: eu sou incapaz de defraudar os dinheiros da minha ou das outras nações; eu sou incapaz de levantar falso testemunho; eu sou incapaz de falhar ao cumprimento da minha palavra; mas aquele ponto fica para a outra vez...

A regra geral é esta, meus amigos! Não estou a fazer alusões; a regra geral é esta. O homem tem o seu “ponto nevrálgico” que é preciso curar.

O Senhor dos senhores, Jesus, o Mestre Divino, disse que não necessitam de médico os são, mas os doentes. Eis os doentes da alma para serem curados pela Misericórdia Divina! Mas, se se dá o remédio e o indivíduo não o toma, como pode o medicamento produzir o efeito?

Recordo, em minha clínica, um enfermo que visitei e que não acreditou no medicamento que lhe impuz. Ele mandou vir o remédio, porque teve consciência de que eu havia dito a verdade; mas, quando viu o tudo do medicamento e olhou para aqueles pequenos grãos dosimétricos, parte milesimal do medicamento, duvidou e disse: “Não! Não vai! Isto não produz bem nenhum; ora eu vou acreditar que um organismo nas condições em que está o meu, não obedecendo nem a um tratamento enérgico, vai agora curar-se com isto...”

- E não tomou o remédio. Viveu algum tempo, mas dias.. Pudera!... o mal caminhou, o mal tornou-se incurável, porque foi abandonado o tratamento!... – Era o seu ponto nevrálgico; a falta de confiança, não no médico, mas no medicamento.

Tal acontece aos homens; eles tem no Evangelho de Jesus a Ciência da Vida! Acreditam que dos lábios puríssimos do Divino Mestre nada saiu que não fosse a expressão da mais pura e da mais nítida verdade! O Mestre falou, mas o homem não assimilou a sua doutrina... Apenas aquilo que lhe era fácil ele aceitou; mas aquilo que lhe tocava de perto, o remédio que mais lhe servia, ele não aceitou...

Ora, meus amigos, se eu, como médico na terra encontrei casos difíceis de curar, não pela ineficácia do remédio, mas pela rebeldia do doente, Espiritismo encontra igualmente no seu caminho, enfermarias de rebeldes, doentes desta espécie. Apreciando o remédio no vidro, pelo rótulo, mas deixando lá ficar o conteúdo.

- “Bela palavra de Vida; bela palavra, confortadora; promessa inigualável; testemunho do amor mais perfeito que brilhou na terra; justiça igual à justiça divina; Cordeiro Imaculado do Senhor; Sol bendito que ilumina a terra; perdão que alcança o réprobo e salva os pecadores...”

- Onde está a tua parte em tudo isso? Porque não aceitas a doutrina que purifica o “ponto nevrálgico” do teu ser espiritual – Porque sempre se levanta diante das criaturas humanas o seu próprio ego, a querer desvirtuar a sua fé, pelo despeito, em detrimento da doutrina sagrada que o encaminha para a verdadeira felicidade.

Espiritismo, meus amigos, veio para reformar os vossos caráteres, para apontar-vos  o caminho direito que ao Pai, conduz, para cauterizar as vossas feridas, as vossas chagas, para que possais confessar ao Cristo do Senhor, a quem um dia tereis que prestar contas dos vossos atos.

Meus amigos, aproveitai enquanto é tempo as lições que bebeis nas páginas benditas dos Evangelhos, trazidas à lume pelos espíritos reveladores, instrutores do Além, para iluminarem as vossas almas, expurgando delas todo o fel, todo o mal que vos perturba e que vos faz, igualmente maus.

Deus não vos quer homens maus; Deus vos quer homens bons, tementes às Suas leis e amorosos do seu Jesus.

Vede, pois o vosso “ponto nevrálgico”, a que me refiro; recebei o remédio que o há-de curar; porque o poder de Deus tem competência, sabedoria e caridade para curar-vos todos. Sois doentes dalma. Recolhei-vos às enfermarias do amor de Deus.

Deus vos guarde em Sua graça.

JOAQUIM MURTINHO

Médium: Adelaide Augusta Câmara (Aura Celeste)

Fonte: Livro: Do Além – Comunicações Mediúnicas – Adelaide Augusta Câmara.

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