segunda-feira, 22 de junho de 2015

AUTORES DIVERSOS - TEMAS: REENCARNAÇÃO, O ESPÍRITO IMORTAL, AS CAUSAS DO SOFRIMENTO E A MORTE


PARTE IV – (PENÚLTIMA PARTE)

Continuação da publicação de algumas mensagens e citações dos poetas, filósofos, místicos, religiosos, etc.,  sobre os assuntos:

  REENCARNAÇÃO, O ESPÍRITO IMORTAL, AS CAUSAS DO SOFRIMENTO, A VIDA E A MORTE:


 

PROVISÕES PARA A VIAGEM

 
BAHYA IBN PAQUDA
 Escritor e filósofo medieval do judaísmo hispânico - Séc. XI.


Alma minha, faz abundantes provisões para a viagem, enquanto ainda te encontras viva e capaz; para a longa jornada que tens pela frente. Não digas: “Amanhã prepararei minhas provisões”; porque o dia já se foi, e você não sabe o que trará o amanhã. Pensa que ontem jamais retornará e o que você fez então foi pesado, contado e gravado. Não diga: “Amanhã agirei”; pois o dia da morte é oculto dos que vivem. Apura-te em cumprir teus deveres hoje mesmo, pois a morte poderá atirar sua flecha a qualquer momento. Não postergue as tarefas de cada dia; pois como um pássaro deve abandonar seu ninho, o homem também deve abandonar seu lugar na terra.



 
Ó morte como é amarga tua memória! Como é rápida tua vinda! Como é duvidosa a tua hora! Como é universal a tua soberania.

(Frei Luiz de Granada)




PENSAMENTOS SOBRE A MORTE E A VIDA:


JETSÜN MILAREPA
 Iogue, filósofo e poeta tibetano, discípulo do mestre Marpa Lotsawa - 1052-1135 aproximadamente.

  
A morte é um elo na cadeia da vida; esta vida, a outra vida e a vida intermediária são todas uma e a mesma vida.

A vida é curta, a hora da morte é incerta. Portanto, aplique-se à meditação. Evite as más ações e adquira mérito, tanto quanto puder, mesmo ao custo de sua própria vida. Em suma, aja de tal forma que não tenha motivo de envergonhar-se de si mesmo, e faça disso uma regra.

 


Cada morte é um renascimento. A Natureza me faz morrer porque ela me faz renascer. Esta verdade está no meu espírito, desde que minha Razão se desenvolveu.

Johann Gottlieb Fichte



Só a morte mostra quão pequeninos são os corpinhos dos homens.
(Juvenal)

  

Assim como um dia bem aproveitado proporciona um bom sono, uma vida bem vivida proporciona uma boa morte.

(Leonardo da Vinci)

  

O que é a morte? Alguns pensam que a morte assemelha-se ao apagar de uma chama de vela, mas isso não é verdade. Quando a chama se extingue, seu continuum cessa e desaparece por completo, mas nós, quando morremos, não desapareceremos. Nossa morte assemelha-se a um pássaro que voa para fora do ninho. O corpo é o ninho e a mente é o pássaro. Quando nossa consciência deixa este corpo, continuamos a ter medo e alucinações, sofremos e ainda precisamos de proteção. Se praticarmos o Dharma, criaremos bons hábitos mentais, que vão continuar na próxima vida. Já que o continuum da nossa consciência carrega os hábitos mentais por nós cultivados, a prática de Dharma e as ações virtuosa que fazemos nesta vida podem ajudar-nos na hora da nossa morte e em todas as vidas futuras.

(Geshe Kelsang Gyatso)




Em todas as religiões existe a crença de que a alma sobrevive à morte do corpo. Intercessões são invocadas pelos mortos queridos, orações são feitas pelo seu progresso e pelo perdão dos seus pecados. Se a alma perecesse com o corpo, tudo isso nenhum sentido teria. Ademais, se não fosse possível que a alma avançasse na direção da perfeição depois de libertar-se do corpo, de que serviriam todas essas afetuosas preces de devoção?

ABDU’L-BAHÁ 
 Filósofo, profeta, escritor e palestrante persa - 1844-1921.

 


 
PALAVRAS DE SABEDORIA:
 

EPICTETO
Filósofo grego estóico, que viveu a maior parte de sua vida em Roma como escravo.
55 d.C.-135 d.C.

 
A morte há de vir, necessariamente, a surpreender-nos, cedo ou tarde. Em que ocupação nos surpreenderá? O lavrador será surpreendido no amanho da terra; o jardineiro, cuidando do seu jardim; o comerciante em seu comércio; e tu, como serás  surpreendido? Quanto a mim, desejo de toda a alma que este último instante me encontre ocupado em dominar a minha vontade, afim de que, sem nenhuma perturbação, sem obstáculo e sem temor, possa morrer como homem livre, dizendo aos deuses: Violei os vossos mandamentos? Abusei dos dons que me outorgastes? Não vos submeti meus sentidos, minhas faculdades, minhas opiniões? Queixei-me de vós? Acusei vossa Providência? Estive doente porque assim o quisestes e eu também o quis. Fui pobre porque era essa a vossa vontade e permaneci contente na minha pobreza. Estive na miséria, porque assim o quisestes e dela não desejei sair. Vistes-me triste por isso? Surpreendestes-me no abatimento e em queixumes? Agora mesmo, estou pronto a realizar tudo quanto vos apeteça ordenar-me. Um simples aceno vosso é para mim ordem inviolável. Quereis que deixe este magnífico espetáculo? Saio, dando-vos graças humildemente por terdes admitido que comparecesse a ele, por terdes feito com que pudesse ver todas as vossas obras, mostrando aos meus olhos a ordem admirável com que governais o universo.

A alma que se acompanha da Virtude é como uma fonte perene. É linfa pura, límpida, íntegra, doce, rica, generosa e inesgotável, que jamais padece injúria ou destruição. 



 

DESCRIÇÃO DA MORTE:

Estou parado à beira do mar. Um navio, ao meu lado, abre suas velas brancas para a brisa matinal e parte para o oceano azul. Eu fico olhando, até que por fim só o vejo como um pedaço de nuvem branca, lá onde o mar e o céu se mesclam um com o outro… E justo no momento em que alguém ao meu lado diz "Olha! ele se foi", há outros olhos observando a sua chegada e outras vozes, prontas para clamar alegremente. "Lá vem ele!".

HENRY VAN DYKE
Diplomata, pastor e escritor americano – 1852-1933.




JUSTIÇA:

Ó justiça, guia de nossa vida, que seria do mundo sem ti? Tu és inventora das leis, mestra dos bons costumes, tu alevantas as virtudes e abates os vícios. Tu és inimiga da azeda discórdia e conservadora da doce paz. Tu espantas os maus e asseguras os bons. Sem ti, a ordem é desordem, a vida é morte, o descanso é trabalho, a glória é infâmia, o bem é mal. Tu destruíste a confusão e geraste a boa governança. Tu livras os inocentes e condena os culpados. Tu alegras os justos tristes e entristeces os justos alegres, para que, deixadas suas vãs e temporais alegrias, alcancem os verdadeiros e eternos contentamentos. Finalmente, tu és aquela gloriosa escada de Jacó, que com uma ponta estava na terra, e com a outra tocava no céu, pela qual uns subiam, e outros desciam: porque tu alevantas os justos e santos até aos altos céus e derribas os ímpios e danados até aos profundos abismos. E, pois tu mandas o seu a cujo é, e nós todos somos de Deus, é necessário que nos demos a ele, se te quisermos seguir a ti. 


FREI HEITOR PINTO
Frade da Ordem de São Jerônimo e escritor clássico moralista português - 1528-1584.





O karma não cria nem planeja nada. É o homem quem planeja e cria causas, e a Lei Cármica ajusta o efeito. Tal ajustamento não é um ato, mas a harmonia universal, que tende sempre a reassumir sua posição original, tal qual um galho de árvore que, puxado violentamente para baixo, retorna com igual violência. Se o braço que o puxou se deslocar ou quebrar, quem teria sido o causador do sofrimento? 0 galho ou a nossa insensatez?

HELENA BLAVATSKY
(Helena Petrovna Blavatsky)
 Teósofa, ocultista e escritora russa, uma das fundadoras da Sociedade Teósofica - 1831-1891. 




 

         Talvez um funeral entre os homens seja uma festa entre os anjos. 

GIBRAN KHALIL GIBRAN
 Filósofo, escritor, poeta e pintor libanês - 1883-1931.

   

 
Não o poder de recordar, sim o poder de esquecer constitui uma das condições necessárias à nossa existência. Se a crença na transmigração das almas é verdadeira, então as almas que mudam de corpos atravessam as águas do mar do esquecimento. Para os judeus, essa transmigração de almas se faz sob a regência do Anjo do Olvido. Mas certas vezes esse anjo esquece de remover de nossa memória o material anterior e eis-nos impregnados de fragmentárias recordações de outra vida. Como nuvens esgarçadas sobre os montes e vales do nosso espírito, elas se entretecem nos incidentes da nossa vida diária. Afirmam-se, vestidos de realidade, sob a forma dos pesadelos noturnos – e o efeito é o mesmo de quando, ao ouvirmos um conserto radiofônico, súbito nos chegam flébeis trechos de melodia irradiada em outra onda.
 
HOLEM ASCH
 Escritor Polonês – 1880-1957.

Página extraída do livro: O NAZARENO – Companhia Editora Nacional – 1944. Tradução de: Monteiro Lobato




REENCARNAÇÃO:

 
HONORÉ DE BALZAC
Notável escritor  e político francês - (1799-1850)


 ♥As virtudes que adquirimos, e que se desenvolvem em nós lentamente, são elos invisíveis que ligam cada uma das nossas existências às outras. Existências das quais apenas o Espírito tem lembranças, porque a matéria não guarda memória de coisas espirituais. Somente o pensamento guarda as tradições de uma vida passada. 

Todos os seres humanos experimentaram vidas anteriores... Quem sabe quantas formas físicas o herdeiro do céu ocupa, antes que ele possa compreender o valor daquele silêncio e solidão, cujas planícies estreladas são apenas a antecâmara dos mundos espirituais?


  


PENSAMENTOS:

 
JOHN MASEFIELD
(John Edward Masefield)
Poeta e escritor inglês - 1878-1967.

 
Acredito que quando uma pessoa morre, sua alma regressa de novo à Terra envolta nalgum disfarce de carne, uma outra mãe o dá à luz com membros mais fortes e cérebro mais brilhante. A velha alma prossegue a sua jornada. 

Invisivelmente, muito perto de nós, está um mundo real, de ordem e beleza divinas, habitado por espíritos, cuja missão é trazer ordem e beleza às almas mortais que estão lutando por tais coisas…
A grande poesia é um fluxo de luz proveniente da fonte de toda luz, daquele Rei, de quem vem o nosso conhecimento do majestoso, em cuja sabedoria nós avançamos, sob cuja majestade nós nos movemos, e em cuja beleza, se nos importamos com beleza, nós podemos vir a habitar.
Seus caminhos são caminhos de luz, concedidos…
Que este mundo possa ter um pouco de sabedoria, beleza e poder que são o pão de cada dia do paraíso.  
Fonte: Site:  http: cetroreal.blogspot.com/2009. 




SABEDORIA:
 
 
 KRISHNA
 Deidade hindu, oitavo avatar de Vishnu

Assim como a alma, vestindo este corpo material, passa pelos estados de infância, mocidade, virilidade e velhice, assim, no tempo devido, ela passa a um outro corpo, e em outras encarnações, viverá outra vez.

Como a gente tira do corpo as roupas usadas e as substitui por novas e melhores, assim também o habitante do corpo (que é o Espírito), tendo abandonado a velha morada mortal, entra em outra, nova e recém-preparada para ele.

Muitos foram já os meus nascimentos, e muitos também foram os teus, ó Arjuna. Eu sou consciente deles todos, mas tu não o és.




MINHA CRENÇA NO RENASCIMENTO:


MAHATMA GANDHI
(Mohandas Karamchand Gandhi)
 Líder pacifista indiano  1869-1948.

 
Não posso pensar em inimizade permanente entre homem e homem, e, acreditando, como acredito na teoria do renascimento, vivo na esperança de que, se não nesta existência, mas em alguma outra, poderei abrir os braços a toda a Humanidade, num amplexo amigo.





SÁBIOS PENSAMENTOS

MARCO TÚLIO CÍCERO
(Marcus Tullius Cícero) - Filósofo, orador, escritor, advogado e político romano - 106 a.C-43 a.C


Não lamento ter nascido aqui e ter vivido parte de minha vida aqui, porque vivi de maneira que penso ter sido útil. Quando o fim chegar, deixarei minha vida do mesmo modo, como se estivesse deixando uma hospedaria e não o meu lar, porque penso que minha estada nesta vida é temporária e que a morte é apenas a mudança para um outro estado. Quanto mais alta nosso posição, mais escravos nos tornamos.

Deixo esta vida como quem deixa uma hospedaria, não como quem sai de sua casa. A natureza deu-nos uma morada provisória e não um domicílio. Oh ditoso dia esse em que me encaminharei em direção daquela divina assembléia de almas, deixando para sempre este mundo perturbado e contaminado! Porque não somente me irei reunir a esses grandes homens referidos atrás, mas também para perto de meu estimado Catão, aquele homem sem rival em dignidade, cuja piedade jamais foi suplantada, cujo corpo incinerei quando o natural seria que me tivesse incinerado a mim mesmo. Porém, seu espírito jamais me abandonou.

O corpo é como um vaso, ou um refúgio do espírito.

Somos constituídos de alma e corpo. 

O corpo do que dorme jaz como o de um morto, mas o espírito funciona e vive. 

Nada é tão parecido com a morte quanto o sono.

Quem coloca a morte entre as coisas más não pode deixar de temê-la.

Muitos e variados gêneros de morte ameaçam os homens.

A morte é comum a todas as idades.

A morte deve ser desprezada.

A vida toda, os filósofos passam-na a meditar na morte.

A vida dos mortos perdura na memória dos vivos.

A morte é terrível para aqueles de quem tudo se acaba junto com a vida; mas não para aqueles cuja glória não pode morrer.

Com a morte dos homens, não morrem de maneira alguma suas opiniões. 

A morte que, por causa dos acidentes inesperados, nos ameaça diariamente, nunca pode estar distante de nós por causa da brevidade da vida.

É certo que devo morrer, mas é incerto se é hoje mesmo. 

É doce a morte quando podemos, nos últimos instantes, consolar-nos com a recordação de uma bela vida.

Embora ausentes, estaremos presentes; mesmo mortos, viveremos. 

Consideremos a morte mais como um porto e um refúgio preparado para nós. 

Do mesmo modo que nada nos pertencia antes do nascimento, assim nada nos pertencerá após a morte.

Lembre-se de que você não é mortal; que só o seu corpo é mortal. O que está vivo não é o seu corpo, mas o espírito que vive em seu corpo. Uma força invisível guia seu corpo do mesmo modo que as forças invisíveis guiam o mundo.



 

Não Chore À Beira do Meu Túmulo -
“Não chore à beira do meu túmulo,
eu não estou lá… eu não dormi.
Estou em mil ventos que sopram,
E a neve macia que cai.
Nos chuviscos suaves,
Nos campos de colheita de grãos.
Eu estou no silêncio da manhã.
Na algazarra graciosa,
De pássaros a esvoaçar em círculos.
No brilho das estrelas à noite,
Nas flores que desabrocham.
Em uma sala silenciosa.
No cantar dos pássaros,
Em cada coisa que lhe encantar.
Não chore à beira do meu túmulo desolado,
Eu não estou lá – eu não parti.”  
MARY ELIZABETH FRYE
Poetisa, florista americana 
 



Nenhum comentário:

Postar um comentário