segunda-feira, 24 de maio de 2021

Sra. Cazemajoux - Georges, Bispo de Périgueux - A FÉ

 

A FÉ


Sou a irmã mais velha da Esperança e da Caridade; chamo-me Fé.

Sou grande e forte. Aquele que me possui não teme nem o ferro, nem o fogo: é à prova de todos os sofrimentos físicos e morais. Irradio sobre vós com um facho cujos jatos cintilantes se refletem no fundo de vossos corações e vos comunico a força da vida. Dizem, entre vós, que transporto montanhas; eu, porém, vos digo: Venho erguer o mundo, porquanto o Espiritismo é a alavanca que me deve auxiliar. Uni-vos a mim; venho convidar-vos: sou a Fé.

Sou a Fé! Moro com a Esperança, a Caridade e o Amor no mundo dos Espíritos Puros. Muitas vezes deixei as regiões sublimadas e vim à Terra para vos regenerar, dando-vos a vida do Espírito. Mas, excetuando os mártires dos primeiros tempos do Cristianismo e, de vez em quando, alguns fervorosos sacrifícios ao progresso da ciência, das letras, da indústria e da liberdade, só encontrei entre os homens indiferença e frieza, retomando tristemente o meu vôo para o céu. Julgais-me em vosso meio, mas vos enganais, porque a Fé sem obras é um simulacro de Fé. A verdadeira Fé é vida e ação. Antes da revelação espírita a vida era estéril; era uma árvore que, ressequida pelos raios, não produzia nenhum fruto. Reconhecem-me por meus atos: ilumino as inteligências, aqueço e fortaleço os corações; afasto para longe de vós as influências enganosas e vos conduzo a Deus pela perfeição do espírito e do coração. Vinde abrigar-vos sob a minha bandeira; sou poderosa e forte: eu sou a Fé.

Sou a Fé e o meu reino começa entre os homens; reino pacífico, que os tornará felizes no presente e na eternidade. A aurora do meu advento entre vós é pura e serena; seu sol será resplandecente e seu crepúsculo virá docemente embalar a Humanidade nos braços de eternas felicidades. Espiritismo! derrama sobre os homens o teu batismo regenerador. Eu lhes faço um apelo supremo: eu sou a Fé.


GEORGES

Bispo de Périgueux


Médium: Sra. Cazemajoux - (Bordeaux)

Fonte: Revista Espíria 1862 - Allan Kardec

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