sexta-feira, 11 de maio de 2018

FRANCISCO LUCIANO / ISMAEL - O AMIGO DAS CRIANÇAS


O AMIGO DAS CRIANÇAS


Era uma suave manhã. Os pastores já haviam deixado suas casas, demandando os campos com as suas ovelhas. Das alturas, vinha a alegria nos raios do sol que beijavam as flores, alegres, de todos os jardins.

- “Reparem nas belezas do Criador e comovam-se ante a Sua grandeza, agradecendo, no labor bem realizado de todos os dias, as graças que d’Ele emanam e pousam sobre a Terra, como uma bênção de infinito amor!” – dizia Jesus aos Seus discípulos, enquanto, por um caminho estreito, iam de uma cidade a outra, na longínqua Galileia.

- “O Senhor, na Sua infinita misericórdia, amplia nossas possibilidades de serviços; há sempre quem ajudar – continuava o Mestre – e todo dia será bem vivido se durante as suas horas fizermos muitas obras boas. Não é Ele que nos dá o calor do sol, o canto alegre dos passarinhos, a água tranquila dos riachos, os campos imensos, onde semeamos ou guardamos nossas ovelhas? O lar, os pais, os filhos, os amigos... Reparem – repetiu o Messias – nas belezas do Criador, que são dádivas sublimes, para o nosso enriquecimento espiritual”.

Enlevados, como sempre, escutavam os discípulos aquelas palavras repassadas de ternura e cheias de bondade. Por isso, sentiram quando o Mestre interrompeu os Seus ensinos; mas é que eles não sabiam que o Mestre lhes reservava, na Sua ação constante, belos exemplos de amor e dedicação ao Pai.

A beira do caminho, avistara o Senhor uma criança, que chorava. Acercou-se dela, pousando, mansamente, a destra sobre os seus cabelos loiros. O menino ergueu os olhos, que fitaram a face iluminada do Rabi galileu.

- “Por que choras?” – indagou o Messias com a mesma ternura de sempre na voz.

Ante o desconhecido, a criança parecia não saber se devia ou não responder. Entretanto, o olhar de Jesus inspirava tanta confiança que o menino expôs a razão de sua tristeza.

- Meu pai está muito enfermo, e minha mãe está muito triste e aflita porque é ele que providencia o sustento da nossa família. Tem tanto receio que lhe aconteça alguma coisa, que não tem mais sossego. Se fosse maior, eu ocuparia o lugar de meu pai, realizando o seu trabalho. É por isso, senhor, que estou triste, e, se vim chorar longe de casa, é porque não quero que minha mãe fique mais aflita contemplando a minha dor. Além disso, estou perto da estrada e, se Ele passar por aqui, eu Lhe pedirei que vá à minha casa e cure meu pai. O senhor não sabe? – perguntou o menino, ante o silêncio comovido de Jesus. – Ainda não ouviu falar d’Ele? Pois tenho escutado muitas coisas a Seu respeito. Vai de cidade em cidade, fazendo curas extraordinárias, ensinando as coisas de Deus e acolhendo, nos seus braços carinhosos, as criancinhas. Dizem que Ele é muito amigo das crianças! E, por isso, tenho a certeza de que não se recusaria a atender-me.

O Mestre tomou o menino pela mão e disse-lhe:

- Vamos à tua casa”.

Assim que o Mestre pôs a mão sobre a cabeça do enfermo, logo reanimou-se. O menino, ao ver o pai curado, atirou-se-lhe nos braços, chorando de alegria. Seus irmãozinhos entraram no aposento e cercaram o Messias, atraídos pela doçura do Seu olhar.

- Meu filho, - indagou o pai – quem é este homem que, impondo sua mão sobre a minha cabeça, curou-me? 

E o menino, olhando para Jesus, que tomava nos braços seus irmãozinhos, respondeu ao pai:

- O AMIGO DAS CRIANÇAS.

ISMAEL


São Paulo, 24 de agosto de 1952.

 Médium: Francisco Luciano

Fonte: Prefácio do Livro: Vinde Filhinhos – Francisco Luciano, pelo Espírito de Irmã Emília. Editora Espírita Água Viva.

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