O AMIGO DAS CRIANÇAS
Era uma
suave manhã. Os pastores já haviam deixado suas casas, demandando os campos com
as suas ovelhas. Das alturas, vinha a alegria nos raios do sol que beijavam as
flores, alegres, de todos os jardins.
-
“Reparem nas belezas do Criador e comovam-se ante a Sua grandeza, agradecendo,
no labor bem realizado de todos os dias, as graças que d’Ele emanam e pousam
sobre a Terra, como uma bênção de infinito amor!” – dizia Jesus aos Seus
discípulos, enquanto, por um caminho estreito, iam de uma cidade a outra, na
longínqua Galileia.
-
“O Senhor, na Sua infinita misericórdia, amplia nossas possibilidades de
serviços; há sempre quem ajudar – continuava o Mestre – e todo dia será bem
vivido se durante as suas horas fizermos muitas obras boas. Não é Ele que nos
dá o calor do sol, o canto alegre dos passarinhos, a água tranquila dos
riachos, os campos imensos, onde semeamos ou guardamos nossas ovelhas? O lar,
os pais, os filhos, os amigos... Reparem – repetiu o Messias – nas belezas do
Criador, que são dádivas sublimes, para o nosso enriquecimento espiritual”.
Enlevados,
como sempre, escutavam os discípulos aquelas palavras repassadas de ternura e
cheias de bondade. Por isso, sentiram quando o Mestre interrompeu os Seus
ensinos; mas é que eles não sabiam que o Mestre lhes reservava, na Sua ação
constante, belos exemplos de amor e dedicação ao Pai.
A beira
do caminho, avistara o Senhor uma criança, que chorava. Acercou-se dela,
pousando, mansamente, a destra sobre os seus cabelos loiros. O menino ergueu os
olhos, que fitaram a face iluminada do Rabi galileu.
- “Por
que choras?” – indagou o Messias com a mesma ternura de sempre na voz.
Ante o
desconhecido, a criança parecia não saber se devia ou não responder.
Entretanto, o olhar de Jesus inspirava tanta confiança que o menino expôs a
razão de sua tristeza.
- Meu
pai está muito enfermo, e minha mãe está muito triste e aflita porque é ele que
providencia o sustento da nossa família. Tem tanto receio que lhe aconteça
alguma coisa, que não tem mais sossego. Se fosse maior, eu ocuparia o lugar de
meu pai, realizando o seu trabalho. É por isso, senhor, que estou triste, e, se
vim chorar longe de casa, é porque não quero que minha mãe fique mais aflita
contemplando a minha dor. Além disso, estou perto da estrada e, se Ele passar
por aqui, eu Lhe pedirei que vá à minha casa e cure meu pai. O senhor não sabe?
– perguntou o menino, ante o silêncio comovido de Jesus. – Ainda não ouviu
falar d’Ele? Pois tenho escutado muitas coisas a Seu respeito. Vai de cidade em
cidade, fazendo curas extraordinárias, ensinando as coisas de Deus e acolhendo,
nos seus braços carinhosos, as criancinhas. Dizem que Ele é muito amigo das
crianças! E, por isso, tenho a certeza de que não se recusaria a atender-me.
O Mestre
tomou o menino pela mão e disse-lhe:
-
Vamos à tua casa”.
Assim
que o Mestre pôs a mão sobre a cabeça do enfermo, logo reanimou-se. O menino, ao
ver o pai curado, atirou-se-lhe nos braços, chorando de alegria. Seus
irmãozinhos entraram no aposento e cercaram o Messias, atraídos pela doçura do
Seu olhar.
-
Meu filho, - indagou o pai – quem é este homem que, impondo sua mão sobre a
minha cabeça, curou-me?
E o menino, olhando para Jesus, que tomava nos braços seus irmãozinhos, respondeu ao pai:
E o menino, olhando para Jesus, que tomava nos braços seus irmãozinhos, respondeu ao pai:
- O
AMIGO DAS CRIANÇAS.
ISMAEL
São
Paulo, 24 de agosto de 1952.
Médium:
Francisco Luciano
Fonte:
Prefácio do Livro: Vinde Filhinhos – Francisco Luciano, pelo Espírito de Irmã
Emília. Editora Espírita Água Viva.
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