PALAVRAS DE UM SÁBIO ASTRÔNOMO
“Ó misterioso Incógnito! – exclamei
– grande, imenso Ser, que somos nós, pois? Supremo autor da harmonia, quem és
tu, se tão grandiosa é a tua obra? Pobres mitos humanos os que supõem conhecer-te
– ó Deus! Átomos, nada mais que átomos, como somos ínfimos! E como tu és
grande! Quem, pois, ousou nomear-te pela primeira vez?
“Que orgulhoso insensato
pretendeu definir-te, ó Deus! – ó meu Deus, todo poder e ternura, imensidade
sublime e inconcebível!
“E, como qualificar os que vos
têm negado, que em vós não crêem, que vivem fora do vosso pensamento e jamais
sentiram vossa presença – ó Pai da Natureza!
“Amo-te! amo-te! Causa suprema e
desconhecida, Ser que palavra alguma pode traduzir, eu vos amo, divino
Princípio! mas... sou tão pequenino, que não sei se me ouvireis, se me entendereis.”
Como estes pensamentos se
precipitavam fora de mim, para fundirem-se na afirmação grandiosa de toda a
Natureza, as nuvens se esgarçaram no poente e a radiação áurea das regiões iluminadas
inundou a montanha.
“Sim! tu me ouves, ó Criador! tu
que dás a beleza e o perfume à florinha silvestre! A voz do oceano não abafa a
minha voz e meu pensamento a ti se eleva, ó Deus! com a prece coletiva.”
CAMILLE FLAMMARION
Fonte: Livro: Deus na Natureza –
Camille Flammarion – FEB.
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