AUTORES DIVERSOS
ESPÍRITAS E NÃO ESPÍRITAS
A CARIDADE - PARTE I
CARIDADE
A caridade é o coração que se abre,
a boca que se abre, a mão que se abre – o coração que se abre para a
condolência, a boca que se abre para o conselho, a mão que se abre para a
esmola; o coração que verte bálsamos, a boca que verte ensinos, a mão que verte
socorros; o coração que ameiga, a boca que anima, a mão que protege; o coração
que atrai do abismo, a boca que acautela do perigo, a mão que arranca da
miséria; o coração que se vulcaniza num vesúvio de afetos, a mão que se desfaz
numa constelação de benefícios: - a virtude dobradamente portentosa, que
acendrando e clarificando o nosso ser em seus ardentíssimos arroubamentos
celestes, exalça o homem ao perdão das injúrias, ao esquecimento das afrontas,
à estima dos inimigos, e, no seu extremo requinte, a essa demência inefável, a
essa loucura sublime, aconselhada nestas palavras do Divino Mestre: “Se queres
ser perfeito, vai, vende quanto tens, dá-o aos pobres e segue-me”.
Alves Mendes (Antônio Alves
Mendes da Silva Ribeiro) - Escritor, orador sacro e cônego magistral da
Santa Sé de Porto, português - 1838-1940.
CARIDADE, A META
Guarda,
na mente, que a caridade em teus atos deve ser a luz que vence a sombra.
Enquanto
não compreendas que a caridade é sempre a bênção maior para quem a realiza, ligando
o benfeitor ao necessitado, estarás na fase primária da virtude por excelência.
Poderás
repartir moedas, a mãos-cheias; todavia, se não mantiveres o sentimento da
amizade em relação ao carente, não terás logrado alcançar a essência da
caridade.
Repartirás
tecidos e agasalhos com os desnudos; no entanto, se lhes não ofertares
compreensão e afabilidade, permanecerás na filantropia.
Atenderás
aos enfermos com medicação valiosa; entretanto, se não adicionares ao gesto a gentileza
fraternal, estarás apenas desincumbindo-te de um mister de pequena monta.
Ofertarás
o pão aos esfaimados; contudo, se os não ergueres com palavras de bondade, não
alcançaste o sentido real da caridade.
Distribuirás
haveres e coisas com os desafortunados do caminho; não obstante, sem o calor do
teu envolvimento emocional em relação a eles, não atingiste o fulcro da virtude
superior.
A
caridade é algo maior do que o simples ato de dar.
Certamente,
a doação de qualquer natureza sempre beneficia aquele que lhe sofre a falta.
Todavia, para que a caridade seja alcançada, é necessário que o amor se faça
presente, qual combustível que permite o brilho da fé, na ação beneficente.
A
caridade material preenche os espaços abertos pela miséria sócio-econômica,
visíveis em toda parte.
Além
deles, há todo um universo de necessidades em outros indivíduos que renteiam
contigo e esperam pela luz libertadora do teu gesto.
A
indulgência, em relação aos ingratos e agressivos; a compaixão, diante dos
presunçosos e perversos; a tolerância, em favor dos ofensores; a humildade,
quando desafiado ao duelo da insensatez; a piedade, dirigida ao opressor e
déspota; a oração intercessória, pelo adversário; a paciência enobrecida, face
às provocações e à irritabilidade dos outros; a educação, que rompe as algemas
da estupidez e da maldade que se agasalham nas furnas da ignorância gerando a
delinqüência e a loucura...
A
caridade moral é desafio para toda hora, no lar, na rua, no trabalho.
Exercendo-a,
recorda também da caridade em relação a ti mesmo.
Jesus,
convivendo com os homens, lecionou exemplificando todas as modalidades da
caridade, permanecendo até hoje como o protótipo mais perfeito que se conhece,
tornando-a a luz do gesto, que vence a sombra do mal, através da ação do amor.
Caridade,
pois, eis a meta.
***
JOANNA DE ÂNGELIS
Médium:
Divaldo Pereira Franco
Fonte:
Livro: Vigilância – Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis – LEAL
A VERDADEIRA CARIDADE
Na tradição hassídica do judaísmo há uma bela história sobre
a humildade. É assim.
Certa
vez, em uma pequena vila na Europa Oriental, vivia um homem rico que nunca dava
esmolas aos pobres ou fazia qualquer outro tipo de caridade. As pessoas ali
nunca o chamavam pelo nome. Ele era conhecido por todos como “o miserável”. Se
acontecesse de um mendigo vir à porta desse homem rico, o miserável sempre lhe
perguntava de onde vinha.
- Você não pode ser das redondezas –
dizia ele. – Todos nesta vila sabem o bastante para não virem me pedir
dinheiro!
Na mesma vila, vivia um pobre
sapateiro. Ele era um homem extremamente generoso. Ninguém, passando por
necessidade, jamais havia regressado de mãos vazias de sua porta. Ele dava a
todo pedinte que via e a toda boa causa. Sempre que a calamidade atingisse uma
família, na forma de uma doença ou de um acidente, o sapateiro estava sempre
pronto para ajudar.
- É só uma coisinha – dizia ele –
para vocês passarem por esta.
Um dia o miserável morreu. Todos têm
de morrer, cedo ou tarde. Hoje vai alguém. Amanhã, alguém mais. Um dia sou eu,
no dia seguinte é você. Todos nós temos que esvaziar esse mundo para que outras
almas possam nascer no planeta. Quando o miserável morreu, ninguém chorou por
ele. Ninguém fez uma prece em seu favor. Na verdade, os mais velhos da aldeia
decidiram enterra-lo no ponto mais distante do cemitério, já que ele havia se
interessado tão pouco pelas outras pessoas ou pelo seu bem estar.
Conforme os dias passavam, o rabino
da vila começou a ouvir informações perturbadoras sobre o sapateiro.
- Ele parece não mais se importar com
as pessoas – dizia-se. – Ele não dá mais um centavo a ninguém. Ele se recusa a
atender qualquer obra de caridade ou qualquer mendigo que venham à sua porta,
não importando o merecimento ou a fome que tenham.
Alguém indagou ao sapateiro a
respeito disso? – inquiriu o rabino.
- Sim – respondeu um homem – Ele
disse que precisa de todo o dinheiro para si mesmo.
Isso era muito estranho. O rabino
decidiu chamar o sapateiro e pedir-lhe uma explicação.
- Há alguma coisa errada? O que
aconteceu para mudar o seu coração?
O sapateiro hesitou. Então, depois de
uma longa pausa, começou a falar.
- Há muitos anos, o homem que vocês chamavam
de miserável veio a mim com uma enorme soma em dinheiro. Ele me pediu para
distribuí-la em caridade. Ele me fez prometer nunca revelar seu nome ou o nosso
acordo enquanto ele vivesse. E visto que me pagava um pequeno salário pelo
serviço, concordei. Uma vez por mês, ele me visitava bem tarde da noite e me
dava o dinheiro para ser distribuído. E se eu não houvesse distribuído cada
centavo na época em que ele voltasse, ele ficava muito aborrecido. Eu fiquei
conhecido como um grande benfeitor, embora nunca tivesse gasto um centavo de
meu próprio dinheiro. Francamente, estou surpreso por ninguém ter jamais me
perguntado sobre isso antes. Como poderia ser possível um sapateiro distribuir
tanto dinheiro como eu o fiz todos esses anos?
O rabino reuniu todos os aldeões e
contou-lhes a história.
- O miserável vivia segundo as
escrituras, mantendo sua caridade em segredo – disse o rabino. – Ele não pedia
nada em retorno. Ele não queria nada para si mesmo. Isto é sinal de um coração
humilde.
Toda a aldeia foi ao cemitério aquele
dia e orou ao lado do túmulo tosco, abandonado. Depois que as preces para o
morto foram recitadas, o rabino falou com a voz trêmula:
- Quando eu morrer, peço apenas uma
coisa a vocês. Por favor, enterrem-me aqui, próximo ao homem humilde, conhecido
como o miserável.
SWAMI CHIDVILASANANDA
Fonte: Livro Meu Senhor Ama um
Coração Puro – Swami Chidvilasananda – Siddha Yoga Dham Brasil.
A
caridade é a felicidade dos que dão e dos que recebem.
Camilo Castelo Branco (Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco) - Escritor português – 1825-1890.
A caridade nos une estreitamente
a Deus, a caridade cobre uma multidão de pecados, a caridade tudo suporta é
paciente. Na caridade não há baixeza nem soberba; ela não fomenta divisões, não
é sediciosa, a caridade faz tudo na concórdia. Na caridade foram aperfeiçoados
os eleitos de Deus. Sem a caridade nada é agradável a Deus.
São Clemente de Roma - ?Cerca de 102
A caridade é a virtude predileta
de Deus.
Coelho Neto (Henrique
Maximiano Coelho Neto) - Escritor, político e professor brasileiro - 1864-1934.
A CARIDADE
Bendita
fonte generosa, instrumento da felicidade de todos nós, encontro com a verdade
e o afastamento das ilusões, a caridade fornece algo que nenhuma outra alegria
pode proporcionar: o refazimento interior.
Se
necessitamos de coragem para enfrentar a vida, a caridade faz com que essa
coragem aumente, pois estamos preenchendo nosso interior.
Quantos
vagam no vazio que, apesar de todos os bens e facilidades, não se locupletam de
paz por não terem encontrado ainda em seu caminho a caridade, que é o nosso
verdadeiro caminho de Damasco.
A dor
não escolhe hora. Todos que passam à nossa frente são os sinais para nossa atitude.
Se não o fizermos, os desvalidos serão auxiliados mais à frente, mas enquanto
estão conosco é a nossa oportunidade de crescer.
A
caridade da palavra é aquela que não dissemina a discórdia, que não deprecia o
próximo, que não julga e sempre que possível transmite o hálito da paz, para
que nessas palavras sejam o bálsamo para os que estão abandonados à margem de
tantos e para tantos que se apresentam à nossa frente com aflições ocultas ou
visíveis.
Auxiliemos
sem que esse auxílio seja objeto para alimentar nossa vaidade.
Os
sentimentos do desequilíbrio são fáceis de brotar, pois estamos mais
acostumados com eles em inúmeras existências.
A
caridade não deve humilhar. Caridade não divulga, pois as intenções dos
servidores são analisadas no Mundo Maior e é motivo de grande júbilo, pois lá
são sabedores das nossas faltas.
A
caridade providencial representa a recuperação esperada como, se para uma
enfermidade patológica, se ministrasse o medicamento correto: caridade na
emergência, caridade na orientação, caridade no encaminhamento, caridade do
ouvir, caridade no falar, caridade no sorrir, caridade na educação, caridade no
calar, caridade no orar, caridade do abraço.
Certas
atividades são aparentemente simples, mas verdadeiras mensagens de paz na
cordialidade, no carinho com nossos irmãos do caminho. Uma pequena gentileza,
um agradecimento quebra muitas barreiras e formam de imediato um padrão
vibratório que podem modificar uma situação de desarmonia.
Viver
em paz e servir com gratidão.
Somente
a caridade pode ensinar. Entenderemos os ensinos que o Mestre nos legou em Seu
bendito amor e compreenderemos estas Suas palavras:
“Meus
seguidores serão conhecidos por muito se amarem”.
NATANAEL
Médium: Marco Antônio
Maiuri Miranda
Fonte: Livro: Atos
Mediúnicos – Marcos Antônio Maiuri Miranda/Natanael – MM.
Ó caridade,
como és bondosa e rica, como és poderosa! Quem não te possui, nada possui...
Para vestires quem está nu, alegras-te em seres despida. Consideras a fome como
saciedade, se um pobre faminto comeu teu pão. Tua riqueza consiste em destinar
a obras de misericórdia tudo que possuis. Só tu não sabes o que seja fazeres-te
de rogada. Socorres, sem demora, os oprimidos em qualquer necessidade se
encontrem, mesmo em prejuízo teu. És o olho dos cegos e o pé dos coxos, és o
fidelíssimo escudo das viúvas. Para com os órfãos, faze as vezes dos pais e
melhor ainda do que eles. Não tens jamais os olhos enxutos, porque a compaixão
ou a alegria o impedem... Amas teus inimigos com amor tão intenso, que ninguém
poderia distinguir diferença entre eles e os teus amigos.
ZENON DE VERONA
Mártir, ums dos primeiros cristãos,
bispo de Verona, nascido em Mauritânia.
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