quarta-feira, 9 de setembro de 2015

AUTORES DIVERSOS ESPÍRITAS E NÃO ESPÍRITAS - A CARIDADE - PARTE I


AUTORES DIVERSOS

ESPÍRITAS E NÃO ESPÍRITAS

A CARIDADE - PARTE I






CARIDADE

A caridade é o coração que se abre, a boca que se abre, a mão que se abre – o coração que se abre para a condolência, a boca que se abre para o conselho, a mão que se abre para a esmola; o coração que verte bálsamos, a boca que verte ensinos, a mão que verte socorros; o coração que ameiga, a boca que anima, a mão que protege; o coração que atrai do abismo, a boca que acautela do perigo, a mão que arranca da miséria; o coração que se vulcaniza num vesúvio de afetos, a mão que se desfaz numa constelação de benefícios: - a virtude dobradamente portentosa, que acendrando e clarificando o nosso ser em seus ardentíssimos arroubamentos celestes, exalça o homem ao perdão das injúrias, ao esquecimento das afrontas, à estima dos inimigos, e, no seu extremo requinte, a essa demência inefável, a essa loucura sublime, aconselhada nestas palavras do Divino Mestre: “Se queres ser perfeito, vai, vende quanto tens, dá-o aos pobres e segue-me”.

Alves Mendes (Antônio Alves Mendes da Silva Ribeiro) - Escritor, orador sacro e cônego magistral da Santa Sé  de Porto,  português - 1838-1940.





CARIDADE, A META
  
Guarda, na mente, que a caridade em teus atos deve ser a luz que vence a sombra.

Enquanto não compreendas que a caridade é sempre a bênção maior para quem a realiza, ligando o benfeitor ao necessitado, estarás na fase primária da virtude por excelência.

Poderás repartir moedas, a mãos-cheias; todavia, se não mantiveres o sentimento da amizade em relação ao carente, não terás logrado alcançar a essência da caridade.

Repartirás tecidos e agasalhos com os desnudos; no entanto, se lhes não ofertares compreensão e afabilidade, permanecerás na filantropia.

Atenderás aos enfermos com medicação valiosa; entretanto, se não adicionares ao gesto a gentileza fraternal, estarás apenas desincumbindo-te de um mister de pequena monta.

Ofertarás o pão aos esfaimados; contudo, se os não ergueres com palavras de bondade, não alcançaste o sentido real da caridade.

Distribuirás haveres e coisas com os desafortunados do caminho; não obstante, sem o calor do teu envolvimento emocional em relação a eles, não atingiste o fulcro da virtude superior.

A caridade é algo maior do que o simples ato de dar.

Certamente, a doação de qualquer natureza sempre beneficia aquele que lhe sofre a falta. Todavia, para que a caridade seja alcançada, é necessário que o amor se faça presente, qual combustível que permite o brilho da fé, na ação beneficente.

A caridade material preenche os espaços abertos pela miséria sócio-econômica, visíveis em toda parte.

Além deles, há todo um universo de necessidades em outros indivíduos que renteiam contigo e esperam pela luz libertadora do teu gesto.

A indulgência, em relação aos ingratos e agressivos; a compaixão, diante dos presunçosos e perversos; a tolerância, em favor dos ofensores; a humildade, quando desafiado ao duelo da insensatez; a piedade, dirigida ao opressor e déspota; a oração intercessória, pelo adversário; a paciência enobrecida, face às provocações e à irritabilidade dos outros; a educação, que rompe as algemas da estupidez e da maldade que se agasalham nas furnas da ignorância gerando a delinqüência e a loucura...

A caridade moral é desafio para toda hora, no lar, na rua, no trabalho.

Exercendo-a, recorda também da caridade em relação a ti mesmo.

Jesus, convivendo com os homens, lecionou exemplificando todas as modalidades da caridade, permanecendo até hoje como o protótipo mais perfeito que se conhece, tornando-a a luz do gesto, que vence a sombra do mal, através da ação do amor.

Caridade, pois, eis a meta.

***

JOANNA DE ÂNGELIS



Médium: Divaldo Pereira Franco
Fonte: Livro: Vigilância – Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis – LEAL




A VERDADEIRA CARIDADE


Na tradição hassídica do judaísmo há uma bela história sobre a humildade. É assim.

Certa vez, em uma pequena vila na Europa Oriental, vivia um homem rico que nunca dava esmolas aos pobres ou fazia qualquer outro tipo de caridade. As pessoas ali nunca o chamavam pelo nome. Ele era conhecido por todos como “o miserável”. Se acontecesse de um mendigo vir à porta desse homem rico, o miserável sempre lhe perguntava de onde vinha.

- Você não pode ser das redondezas – dizia ele. – Todos nesta vila sabem o bastante para não virem me pedir dinheiro!

Na mesma vila, vivia um pobre sapateiro. Ele era um homem extremamente generoso. Ninguém, passando por necessidade, jamais havia regressado de mãos vazias de sua porta. Ele dava a todo pedinte que via e a toda boa causa. Sempre que a calamidade atingisse uma família, na forma de uma doença ou de um acidente, o sapateiro estava sempre pronto para ajudar.

- É só uma coisinha – dizia ele – para vocês passarem por esta.

Um dia o miserável morreu. Todos têm de morrer, cedo ou tarde. Hoje vai alguém. Amanhã, alguém mais. Um dia sou eu, no dia seguinte é você. Todos nós temos que esvaziar esse mundo para que outras almas possam nascer no planeta. Quando o miserável morreu, ninguém chorou por ele. Ninguém fez uma prece em seu favor. Na verdade, os mais velhos da aldeia decidiram enterra-lo no ponto mais distante do cemitério, já que ele havia se interessado tão pouco pelas outras pessoas ou pelo seu bem estar.

Conforme os dias passavam, o rabino da vila começou a ouvir informações perturbadoras sobre o sapateiro.

- Ele parece não mais se importar com as pessoas – dizia-se. – Ele não dá mais um centavo a ninguém. Ele se recusa a atender qualquer obra de caridade ou qualquer mendigo que venham à sua porta, não importando o merecimento ou a fome que tenham.

Alguém indagou ao sapateiro a respeito disso? – inquiriu o rabino.

- Sim – respondeu um homem – Ele disse que precisa de todo o dinheiro para si mesmo.

Isso era muito estranho. O rabino decidiu chamar o sapateiro e pedir-lhe uma explicação.

- Há alguma coisa errada? O que aconteceu para mudar o seu coração?

O sapateiro hesitou. Então, depois de uma longa pausa, começou a falar.

- Há muitos anos, o homem que vocês chamavam de miserável veio a mim com uma enorme soma em dinheiro. Ele me pediu para distribuí-la em caridade. Ele me fez prometer nunca revelar seu nome ou o nosso acordo enquanto ele vivesse. E visto que me pagava um pequeno salário pelo serviço, concordei. Uma vez por mês, ele me visitava bem tarde da noite e me dava o dinheiro para ser distribuído. E se eu não houvesse distribuído cada centavo na época em que ele voltasse, ele ficava muito aborrecido. Eu fiquei conhecido como um grande benfeitor, embora nunca tivesse gasto um centavo de meu próprio dinheiro. Francamente, estou surpreso por ninguém ter jamais me perguntado sobre isso antes. Como poderia ser possível um sapateiro distribuir tanto dinheiro como eu o fiz todos esses anos?

O rabino reuniu todos os aldeões e contou-lhes a história.

- O miserável vivia segundo as escrituras, mantendo sua caridade em segredo – disse o rabino. – Ele não pedia nada em retorno. Ele não queria nada para si mesmo. Isto é sinal de um coração humilde.

Toda a aldeia foi ao cemitério aquele dia e orou ao lado do túmulo tosco, abandonado. Depois que as preces para o morto foram recitadas, o rabino falou com a voz trêmula:

- Quando eu morrer, peço apenas uma coisa a vocês. Por favor, enterrem-me aqui, próximo ao homem humilde, conhecido como o miserável.
 
SWAMI CHIDVILASANANDA

Fonte: Livro Meu Senhor Ama um Coração Puro – Swami Chidvilasananda – Siddha Yoga Dham Brasil.

 
  
A caridade é a felicidade dos que dão e dos que recebem.
Camilo Castelo Branco (Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco) - Escritor português – 1825-1890.


 
A caridade nos une estreitamente a Deus, a caridade cobre uma multidão de pecados, a caridade tudo suporta é paciente. Na caridade não há baixeza nem soberba; ela não fomenta divisões, não é sediciosa, a caridade faz tudo na concórdia. Na caridade foram aperfeiçoados os eleitos de Deus. Sem a caridade nada é agradável a Deus. 

São Clemente de Roma - ?Cerca de 102


A caridade é a virtude predileta de Deus.
Coelho Neto (Henrique Maximiano Coelho Neto) - Escritor, político e professor brasileiro - 1864-1934.




A CARIDADE

Bendita fonte generosa, instrumento da felicidade de todos nós, encontro com a verdade e o afastamento das ilusões, a caridade fornece algo que nenhuma outra alegria pode proporcionar: o refazimento interior.

Se necessitamos de coragem para enfrentar a vida, a caridade faz com que essa coragem aumente, pois estamos preenchendo nosso interior.

Quantos vagam no vazio que, apesar de todos os bens e facilidades, não se locupletam de paz por não terem encontrado ainda em seu caminho a caridade, que é o nosso verdadeiro caminho de Damasco.

A dor não escolhe hora. Todos que passam à nossa frente são os sinais para nossa atitude. Se não o fizermos, os desvalidos serão auxiliados mais à frente, mas enquanto estão conosco é a nossa oportunidade de crescer.

A caridade da palavra é aquela que não dissemina a discórdia, que não deprecia o próximo, que não julga e sempre que possível transmite o hálito da paz, para que nessas palavras sejam o bálsamo para os que estão abandonados à margem de tantos e para tantos que se apresentam à nossa frente com aflições ocultas ou visíveis.

Auxiliemos sem que esse auxílio seja objeto para alimentar nossa vaidade.

Os sentimentos do desequilíbrio são fáceis de brotar, pois estamos mais acostumados com eles em inúmeras existências.

A caridade não deve humilhar. Caridade não divulga, pois as intenções dos servidores são analisadas no Mundo Maior e é motivo de grande júbilo, pois lá são sabedores das nossas faltas.

A caridade providencial representa a recuperação esperada como, se para uma enfermidade patológica, se ministrasse o medicamento correto: caridade na emergência, caridade na orientação, caridade no encaminhamento, caridade do ouvir, caridade no falar, caridade no sorrir, caridade na educação, caridade no calar, caridade no orar, caridade do abraço.

Certas atividades são aparentemente simples, mas verdadeiras mensagens de paz na cordialidade, no carinho com nossos irmãos do caminho. Uma pequena gentileza, um agradecimento quebra muitas barreiras e formam de imediato um padrão vibratório que podem modificar uma situação de desarmonia.

Viver em paz e servir com gratidão.

Somente a caridade pode ensinar. Entenderemos os ensinos que o Mestre nos legou em Seu bendito amor e compreenderemos estas Suas palavras:

“Meus seguidores serão conhecidos por muito se amarem”.
 
NATANAEL

Médium: Marco Antônio Maiuri Miranda

Fonte: Livro: Atos Mediúnicos – Marcos Antônio Maiuri Miranda/Natanael – MM.




Ó caridade, como és bondosa e rica, como és poderosa! Quem não te possui, nada possui... Para vestires quem está nu, alegras-te em seres despida. Consideras a fome como saciedade, se um pobre faminto comeu teu pão. Tua riqueza consiste em destinar a obras de misericórdia tudo que possuis. Só tu não sabes o que seja fazeres-te de rogada. Socorres, sem demora, os oprimidos em qualquer necessidade se encontrem, mesmo em prejuízo teu. És o olho dos cegos e o pé dos coxos, és o fidelíssimo escudo das viúvas. Para com os órfãos, faze as vezes dos pais e melhor ainda do que eles. Não tens jamais os olhos enxutos, porque a compaixão ou a alegria o impedem... Amas teus inimigos com amor tão intenso, que ninguém poderia distinguir diferença entre eles e os teus amigos.

ZENON DE VERONA
Mártir, ums dos primeiros cristãos, bispo de Verona, nascido em Mauritânia.  

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