terça-feira, 4 de agosto de 2015

JOÃO NUNES MAIA / MARIA NUNES - CARTA AOS NAMORADOS


CARTA AOS NAMORADOS


Todo cuidado é pouco, no tocante aos vossos convívios. Lembrai-vos que o fogo, perto   de   inflamável é um perigo.



Como é natural, o namoro denuncia fragrâncias de felicidades, mesmo que seja passageira. Acima do que o par almeja no namoro, a realidade é que existe uma troca de fluidos mais ou menos grande, de acordo com o grau de sintonia dos que se dispuseram a se gostar. Se na realidade forem almas afins, com poucos dias de convívio perceberão que são velhos amigos, e, verdadeiramente, o são.

A simpatia nada mais é do que vibrações expelidas pelas almas nas mesmas freqüências, o que poderemos chamar de correspondência de um pelas coisas do outro. É de bom senso compreender que, quanto mais somarmos tendências compatíveis com alguém, mais afinamos os nossos ideais para com essa pessoa, constituindo, se assim podemos nos exprimir, as “almas gêmeas” que, a nosso ver, existem em muitos graus, nas esferas em que nós propusemos a viver. Certo é que sempre temos uma outra alma que faz vibrar mais as nossas sensibilidades, que nos estimula mais na vida. Pois é essa que corresponde mais aos nossos anseios e nós aos dela. Não é essa a porta para a felicidade? Inimizade consiste em que? Claro que são opiniões divergentes, ambiente diversificado, discussão, briga, etc. O que é o amor? O amor é harmonia, é entendimento, é alegria, é paz.

A verdadeira felicidade pode começar quando nós amamos a quem nos persegue e calunia, mas somente se completa quando somos correspondidos pelo mesmo amor e nas mesmas condições de amar por amor. Fora disso ficaremos esperando até conhecermos a verdade.

Bem, o namoro é o encontro de duas almas que encontraram algo em comum, e a continuidade dessa amizade depende de novas descobertas de atos e coisas, de pensamentos e ideais, que vibrem em completa conexão com os dois corações, Caso um encontre outro com mais promessa afetiva e tendências mais compatíveis com as suas, está sujeito a abandonar o primeiro, por lhe agradar mais o segundo namoro, e não nos lares já assegurados pelas responsabilidades das duas almas.

Ninguém se une por distração. Há uma lei viva, plasmada em todas as modalidades dos nossos impulsos, disciplinando as nossas uniões, para não fugirmos dos nossos compromissos. No caso do casal que descobriu a falta de sintonia depois da consumação dos esponsais, são os cônjuges situados como enfermos, cuja cura se processa com o perdão, resgatando os débitos de um para com o outro.

Os namorados estão nas fases primeiras de impulsos magnéticos, são arremessos luminosos que se acasalam com mais ou menos expressão espiritual, e as permutas sensíveis são feitas em cadeia, assimiladas pelos plexos, que se apresentam com maior vigor no tocante ao coração, e os intrincados laboratórios de sensibilidades inexplicáveis registram, com grande segurança, a cota maior ou menor de afinidade dos dois seres em questão. São aprovados pelos corações, desde que também tenham aprovação do carma e, se não houve afeição conjugada, não haverá nenhum interesse para os dois espíritos de se compromissarem diante da lei.

Essa missiva aos namorados, como só acontece com os pedestres em grande metrópole diante de incontáveis carros em corrida vertiginosa, é uma buzina de alerta ou um sinal de responsabilidade, se devem ou não passar de um lado para o outro. Começar a namorar é início de plantio; escolhei, para que as colheitas não venham estragar as vossas vidas. Quem planta ventos, não pode colher bonança.

Os moços devem respeitar a moral estruturada pela nação na qual vivem. Cada povo tem seus costumes compatíveis com o grau de elevação que já alcançou. No entanto o respeito à disciplina e a compreensão de até onde vão os direitos de cada ser. É necessário para o próprio bem. O bom senso em todas as horas e junto a todas as leis, o cuidado nas conversações marcará o quanto já atingistes em pureza espiritual.

Antes de frequentar a casa de uma moça, o moço deve estudar com urgência as regras adotadas naquele lar, não querendo mudar os costumes dos pais para com os filhos; deve ser inteligente e cristão, porque a tolerância respeitosa poderá lhe abrir maior confiança no novo lar, o que às vezes é o móvel da sua felicidade. Quando fazemos a nossa parte, o resto certamente já foi feito por Deus. O vigor da juventude está nas trocas energéticas entre os seus iguais.

Impedir que os jovens namorem, se gostem e se amem é querer impedir a própria vida. Todavia, querer ajudá-los para que tudo isso se processe com amplitude de conhecimentos e com maior rendimento para o bem, é ajudá-los na conquista da própria felicidade.

Meus filhos, quanto mais avançardes no terreno das intimidades, mais criais problemas intrincados, e os açoites das promessas sem fundamentos tornar-se-ão coceiras de difícil cura para os vossos corações. Fazei de conta que estais andando em um carro em declive assustador, não tireis os pés dos freios, pois os impulsos domados evitam calamidades.

Meu filho, a moça que estais namorando é irmã de outro rapaz como vós e filha de outro homem igual a vosso pai, e tem mãe e irmãos. Em caso de invigilâncias, lembrai-vos do vosso lar e não queirais fazer aos outros o que não quiserdes pra os vossos. O namoro para os jovens ou para alguém que pretende a paz dos outros é um fortificante de almas, como poderá ser veneno para os corações, dependendo do modo pelo qual usais esses momentos de esperança.


MARIA NUNES


Médium: João Nunes Maia

Fonte: Livro: Cinquenta Missivas – João Nunes Maia/Maria Nunes – ICI – Intercâmbio Cultural.

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