O CONSELHO DO MESTRE
Certa vez, após a palestra vespertina que Jesus
habitualmente fazia às margens do mar da Galiléia, aproximou-se d’Ele um dos
discípulos que o acompanhava com admirável assiduidade e louvável perseverança,
sendo grande entusiasta de seus Ensinamentos de Luz, e, muito respeitosamente,
demonstrando certa timidez em suas palavras, pois compreendia no íntimo de seu
ser, a importância, daquele momento em que ficava, frente a frente e em
particular, com o Mestre de todos os mestres da Humanidade, indagou-lhe nos
seguintes termos:
-Mestre, tenho acompanhado seus ensinamentos
maravilhosos e neles reconheço um código de conduta irrepreensível que, se
forem seguidos por todos os homens e mulheres deste planeta, certamente a
Família Humana será mais feliz vivendo em grande fraternidade e harmonia. Por
isso, proponho que saíamos, todos nós que o seguimos e compreendemos a sua
mensagem, de casa em casa, de vila em vila, de povoado em povoado, de cidade em
cidade, de país em país, pregando, anunciando e divulgando os seus Ensinamentos
Divinos até cobrirmos toda a Terra. E então, quando terminarmos, teremos um
planeta redimido para habitarmos.
O Mestre fitou carinhosamente aquele discípulo,
pousou-lhe amigavelmente a mão sobre os ombros e, contemplando o amigo de boa
vontade com uma expressão um pouco triste no olhar, disse-lhe:
-Melquíades, meu bom
amigo, quero contar-lhe uma história: “Houve um homem em Jerusalém que,
considerando que a cidade era um tanto suja e desleixada, resolveu sair de casa
em casa, até percorrer todas as ruas de todos os bairros, proclamando que seus
moradores cuidassem melhor da limpeza de suas residências mantendo
impecavelmente limpos os quintais e as frentes das casas onde haviam habitualmente
insetos e entulhos mal cheirosos que enfeiavam a cidade e ameaçavam a saúde de
seus moradores. Ao terminar a missão a que se havia imposto, após algumas
semanas de trabalho árduo e incessante, pode contemplar com satisfação o
resultado de seu esforço, notando, com grande alegria, que todas as casas e
ruas da cidade estavam absolutamente limpos e bem cuidadas. Todas, com exceção
da sua, que destoava visivelmente do conjunto, pois, preocupado em limpar as
casas alheias, esquecera-se de higienizar a sua própria.“ Por isso, meu
bom amigo, digo-lhe em verdade, que é necessário, é mesmo imprescindível que
iniciemos a reforma do mundo a começar por nós próprios. Não acusemos o cisco
que está no olho do nosso próximo, sem antes retirarmos o argueiro que nos dificulta
a visão. Comecemos de nós mesmos, e a partir de nós, toda a comunidade terrena
melhorar-se-á.
TETSUE
Médium: Sebastião Anselmo
Fonte: Livro: Na Luz do Evangelho - Editora Petit.
Nenhum comentário:
Postar um comentário